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24 de novembro de 2024

Estudo Revela Que Galáxias Elípticas Podem Ser Muito Mais Jovens do Que Se Pensava Anteriormente

O modelo padrão para a formação das galáxias elípticas é desafiado por novos resultados obtidos por uma equipe internacional de astrônomos que fazem parte do consórcio Atlas3D. Membros da equipe oriundos do CNRS, CEA, CFHT e do Observatório de Lyon publicaram um artigo no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society onde analisam os primeiros resultados do estudo feito com duas galáxias elípticas que exibem feições características de uma fusão recente, sugerindo assim que elas são cinco vezes mais jovens do que se pensava até então.

A crença comum sobre a coleta de massa na história das galáxias elípticas massivas está baseada na população estelar que leva a uma idade entre 7 e 10 bilhões de anos de idade. Uma diferente história, porém, está tomando corpo com base em imagens ultra profundas de duas galáxias observadas com a câmera MegaCam montada no Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT, CNRC/CNRS/ Universidade do Havaí)

Os astrônomos do CNRS, CEA, CGHT e do Observatório de Lyon, todos membros do consórcio internacional Atlas3D estabeleceram que a formação das duas galáxias elípticas estudadas (NGC 680 e NGC 5557) originaram da fusão de duas galáxias espirais gigantes que ocorreram entre 1 e 3 bilhões de anos atrás. Essa estimativa de idades é baseada na presença de filamentos ultra apagados nas regiões distantes das galáxias. Essas feições, chamadas de correntes gravitacionais no jargão astronômico são resíduos típicos que aparecem após a fusão entre galáxias. Eles agora sabem que esse tipo de feição não pode sobreviver por mais de alguns bilhões de anos, então uma nova idade pode ser estimada a partir das galáxias resultantes elípticas. Essas estruturas foram detectadas pela primeira vez graças à grande resolução profunda e às capacidades da câmera óptica de campo vasto MegaCam do CFHT.

A equipe do Atlas3D conduziu uma pesquisa simétrica usando mais de cem galáxias elípticas próximas. Se os atuais resultados baseados nessas primeiras duas galáxias forem confirmados na amostragem maior, ou seja, se for possível identificar com frequência feições estendidas, o modelo padrão para a formação das galáxias elípticas deverá ser revisado.

Fonte:

http://www.cfht.hawaii.edu/en/news/EllGal/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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