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24 de novembro de 2024

O Estudo dos Raios da Cratera Kepler na Lua

Quando falamos dos raios presentes em algumas crateras da Lua, sempre podemos ser surpreendidos. Podemos continuar apontando que embora suas origens tem sido bem entendidas como sendo material ejetado das crateras de impacto, ideia essa proposta pelo famoso trabalho de Shoemaker no começo da década de 1960, e que seus brilhos se devem à juventude de sua composição, muitos aspectos dos raios lunares ainda são pouco entendidos. E enquanto reconhecemos que a obliquidade dos impactos concentram raios em um certo número ou em padrões de borboleta e podem criar zonas de exclusão, nós não entendemos por que os raios têm as distribuições que eles têm. Por que os raios de algumas crateras são longos, como da Stevinus e o que controla a densidade e o padrão espacial deles? Uma contribuição para entender melhor os raios veio de uma recente publicação feita por Teemu Öhman e David Kring do Lunar & Planetary Institute. Seus estudos focaram no material derretido por impacto da Kepler revelados pelas imagens de alta resolução obtidas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter e pela Kaguya Terrain Camera. Mas eles também mapearam os raios da Kepler usando imagens com o Sol alto da sonda Clementine. Para o oeste, os raios se estendem por aproximadamente 460 km mas para leste eles se estendem somente por 200 a 275 km. Isso sugere um impacto oblíquo, mas a distribuição do material derretido por impacto não sugere a mesma direção dos raios. Teemu e Dave também discutem no artigo a história do estudo dos raios apontando que em seu livro de 1961, Gilbert Fielder propôs que as cadeias bloquearam alguns raios a oeste de Kepler. As imagens da Clementine aparentemente mostram raios apagados para oeste das cadeias e outras lacunas de raios sem cadeias bloqueando levando à conclusão, que não satisfaz a todos, de que o alinhamento de cadeias e as lacunas de raios é algo meramente acidental. Esse bom estudo reforça a ideia de que nós ainda não conseguimos entender completamente os raios lunares. Um bom começo para isso seria fazer mapas dos raios de todas as grandes crateras da Lua. Quem será que fará esse trabalho primeiro?

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/March+26%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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