Uma media de sete objetos interestelares passam pelo Sol a cada ano, e potencialmente perto o suficiente para serem observados e até mesmo para serem visitados, de acordo com um novo estudo. Alguns desses objetos podem até mesmo ser de uma outra galáxia.
Até o momento, dois objetos vindos de outros sistemas planetários foram descobertos no Sistema Solar, o Oumuamua, em 2017 e o Cometa Borisov em 2019. Nós sabemos que esses objetos têm uma origem interestelar pelo fato de estarem se movendo com uma velocidade mais rápida que a velocidade de escape do nosso Sistema Solar.
As estrelas como o Sol ejetam trilhões desses objetos dos seus sistemas planetários durante a sua vida, então, o astrônomo Marshall Eubanks na empresa Space Initiatives e seus colegas, usou dados de movimento e de velocidade das estrelas próximas, obtidos pela missão Gaia da ESA para estimar quantos desses objetos podem acabar na nossa vizinhança.
Eles descobriram que uma média de 6.9 objetos interestelares com o mesmo tamanho que o Oumuamua, ou seja, com no mínimo 100 metros de diâmetro, deve passar a menos de 1 UA do Sol, a cada ano.
Os pesquisadores chegaram a essa estimativa, calculando as velocidades esperadas dos visitantes interestelares e trabalhando em quanto tempo eles deveriam permanecer no nosso Sistema Solar. Eles descobriram que a grande maioria dos objetos viaja a mais de 100 km/s, indicando que eles se originam do plano principal da Via Láctea.
Mas uma pequena porção deles, 0.03%, ou 3 objetos por século, poderiam ter velocidades de mais de 530 km/s, significando que eles poderiam se originar fora do disco da galáxia, talvez até mesmo em outra galáxia.
Alguns desses objetos interestelares poderiam ser alvos potenciais para observações remotras o até mesmo serem visitados por futuras sondas, como a missão Comet Interceptor da ESA. Como nós nunca vamos visitar outra galáxia mesmo, talvez essa seja a melhor maneira de aprendermos sobre o que acontece pelo universo, estudando possíveis objetos que veem até nós de outras galáxias.
Lembrando que o novo Observatório Vera Rubin, no Chile, terá a capacidade de descobrir muitos desses objetos, o seu telescópio e a sua câmera possuem as características necessárias para estudar objetos rápidos e pequenos que irão cruzar o Sistema Solar.
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