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26 de dezembro de 2024

Estudo Mostra Que Cratera McLaughlin Em Marte Já Pode Ter Abrigado Um Lago Subterrâneo

pia16710-640

observatory_150105Uma sonda da NASA na órbita de Marte está fornecendo novas evidências de que exista ali um ambiente em subsuperfície úmido, evidências essas que só veem a somar na já complexa imagem da evolução inicial do Planeta Vermelho.

A nova informação veio de pesquisadores que analisaram os dados de espectrômetro da sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA, que conseguiu observar o assoalho da Cratera McLaughlin. A cratera marciana tem 92 quilômetros de diâmetro e 2.2 quilômetros de profundidade. A profundidade da McLaughlin aparentemente uma vez permitiu o fluxo de água subterrânea, que caso contrário teria ficado escondida com o fluxo no interior da cratera.

Camadas, de rochas planas na base da cratera contêm minerais carbonato e argila, minerais esses que se formam na presença de água. A McLaughlin carece de grandes canais de influxo e de pequenos canais originados dentro da parte terminal da parede da cratera  perto de um nível que poderia ter marcado a superfície de um lago.

Juntas, essas novas observações, sugerem a formação de carbonatos e argila em um lago em subsuperfície dentro da bacia fechada da cratera. Alguns pesquisadores propuseram que o interior da cratera captura a água e que a água contribuída pela  zona subterrânea poderia ter sido resultado de ambientes úmidos e potencialmente habitáveis. As descobertas estão publicadas na edição de domingo, dia 20 de Janeiro de 2013 da Nature Geoscience.

“Juntas, as observações na Cratera McLaughlin fornecem a melhor evidência até hoje para a formação de carbonatos dentro de um ambiente lacustre ao invés de ter sido trazida para cratera do lado de fora”, disse Joseph Michalski, principal autor do artigo, que tem mais cinco coautores. Michalski é afiliado ao Planetary Science Institute em Tucson, Arizona e ao Museu de História Natural de Londres.

Michalski e seus colegas usaram o Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mass, ou CRISM, a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, MRO, para checar a existência de minerais como carbonatos, que são melhor conservados sob condições não ácidas.

“A equipe da MRO tem feito um esforço concentrado para obter produtos de processamento de dados de altíssima qualidade e coloca-los a disposição da comunidade científica, como a equipe do Dr. Michalski, para eles serem analisados”, disse o principal pesquisador do CRISM Scott Murchie do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Kd. “Novos resultados como esses mostram como esse esforço é tão importante”.

Lançada em 2005, a MRO e seus seis instrumentos têm fornecido as imagens de mais alta resolução já feitas até agora do Planeta Vermelho. Os dados estão disponíveis para qualquer pesquisador do mundo acessar analisar, pesquisar e divulgar seus resultados.

“Um grande número de estudos estão sendo feitos usando os dados do CRISM e têm mostrado rochas exumadas da subsuperfície por um impacto de meteoro que alterou a história inicial de Marte, muito provavelmente por meio da circulação de fluidos hidrotermais”, disse Michalski. “Esses fluidos armazenados na subsuperfície poderiam ter periodicamente chegado até a superfície e, bacias profundas de Marte, como a McLaughlin, possivelmente carregando pistas sobre a habitabilidade em subsuperfície”.

A Cratera McLaughlin se situa na parte terminal inferior de um alude regional com algumas centenas de quilômetros de comprimento, no lado oeste da Arabia Terra. Como na Terra, lagos alimentados pela subsuperfície são esperados ocorrer em elevações baixas regionais. Assim sendo esse local seria um bom candidato para esse tipo de processo.

“Esse novo relato e outros estão continuando a revelar um Marte mais complexo do que anteriormente se pensava, com no mínimo algumas áreas mais prováveis para revelar o sinal de vida antiga do que outras”, disse o cientista de projeto da Mars Reconnaissance Orbiter Rich Zurek do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.

O Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins em Laurel, Md., forneceu e opera o instrumento CRISM. O JPL, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, administra a sonda Mars Reconnaissance Orbiter para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. A empresa Lockheed Martin Space Systems em Denver construiu a sonda orbital.

Para ver uma imagem das camadas de carbonato na Cratera McLaughlin, visite: http://photojournal.jpl.nasa.gov/catalog/PIA16710 .

Para mais informações sobre a missão da sonda Mars Reconnaissance Orbiter visite:  http://www.nasa.gov/mro .

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-028&cid=release_2013-028

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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