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14 de novembro de 2024

Estrela Morrendo Perde sua Pele

Essa imagem do Telescópio Espacial Hubble captura uma breve porém bela fase no estágio final de vida de uma estrela. A curiosa nuvem ao redor da estrela brilhante conhecida como IRAS 19475+3119. Ela está localizada na constelação de Cygnus (o Cisne) a aproximadamente 15000 anos-luz de distância da Terra no plana da via Láctea.

Estrelas da mesma idade que o Sol atingem o estágio de gigantes vermelhas e quando essa fase se encerra elas começam a perder sua atmosfera para o espaço. Os arredores tornam-se ricos em poeira e a estrela está ainda relativamente fria. Neste ponto a nuvem brilha pela reflexão  da luz emitida pela estrela central e o calor da poeira gera uma grande quantidade de radiação infravermelha. Foi essa radiação infravermelha que foi detectada pelo satélite IRAS em 1983 e trouxe a atenção dos astrônomos para esses objetos. Jatos oriundos da estrela podem criar estranhos lobos e no caso da IRAS 19475+3119 duas dessas feições aparecem em ângulos diferentes. Esse tipo de objeto é raro e possui uma vida curta.

A medida que a estrela continua a perder material o núcleo mais quente é gradualmente revelado. A intensa radiação ultravioleta faz com que o gás ao redor brilhe intensamente e uma nebulosa planetária ganha então vida. Os objetos que precedem uma nebulosa planetária como o IRAS 19475+3119, são conhecidos como nebulosas pré-planetárias, ou nebulosas proto-planetárias. Elas não tem nada a ver com planetas – o nome nebulosa planetária nasceu pelo fato delas se assemelharem a planetas externos como Urano e Netuno quando observadas através de pequenos telescópios.

Essa imagem foi criada a partir de imagens feitas usando o High Resolution Channel da Advanced Camera for Surveys do Telescópio Espacial Hubble. A luz vermelha foi capturada através do filtro F606W que deixa passar a luz vermelha e amarela, a luz azul foi capturada através do filtro tradicional F435W. A camada verde da imagem foi criada a partir de uma combinação das imagens vermelhas e azuis. O tempo de exposição total foi de 24s e 245s para a luz vermelha e azul respectivamente. O campo de visão tem aproximadamente vinte arcos de segundo de comprimento.

Fonte:

http://spacefellowship.com/news/art21349/a-dying-star-starts-shedding-its-skin.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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