O Wide-field Infrared Survey Explorer da NASA, ou WISE, observou a primeira anã marrom: uma estrela pequena, ultra fria flutuando sozinha no espaço.
O WISE está vasculhando todo o céu na luz infravermelha, registrando o brilho não apenas de anãs marrons mas também de asteroides e de galáxias. Ele tem enviado milhões de imagens para a Terra onde a luz infravermelha de diferentes comprimentos de onda é colorida nas imagens.
“As anãs marrons saltam aos olhos como grandes esmeraldas verdes”, disse Amy Mainzer, o cientista do projeto do WISE no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena na Califórnia. Mainzer, que fez joalheria no seu tempo vazio, explicou que as anãs marrons aparecem como gemas verdes nas imagens do WISE pois o metano em suas atmosferas absorvem a luz infravermelha que tem recebido o código azul, e pelo fato delas serem muito apagadas para emitirem a luz infravermelha que tem o código vermelho. Desse modo a única cor que sobra é a verde.
Como Júpiter, as anãs marrons são feitas de gás – a maior parte em forma de metano, hidrogênio, amônia e sulfeto. Esses gases seriam mortais para os seres humanos nas concentrações que são encontrados ao redor das anãs marrons. E esses gases também não possuem um cheiro muito bom.
“Se fosse possível engarrafar um galão da atmosfera do objeto e mandar para a Terra, só o fato de cheirar o conteúdo da garrafa seria necessário para te matar, mas se você conseguisse sobreviver, o cheiro seria algo como ovos podres com uma pitada de amônia”, disse Mainzer.
Mainzer e outros membros da equipe do WISE já acumularam imagens de alguns candidatos a anãs marrons similares a esse. As Anãs marrons tem massas entre a de uma estrela e de um planeta. Elas começam como estrelas à medida que são bolas de gás em colapso, mas elas perdem massa para fundir átomos juntamente com seu núcleo e assim emitem um brilho como o de uma estrela. À medida que esse processo acontece essas estrelas peso leve se esfriam até o momento que elas só podem ser identificadas na luz infravermelha. Poderiam existir muitos desses objetos na vizinhança do Sol, mas os astrônomos conhecem somente uma pequena quantidade desse tipo de estrela. O WISE espera encontrar centenas delas incluindo as mais frias e mais próximas de todas.
Para os cientistas as anãs marrons representam laboratórios perfeitos para estudar atmosferas como a de planetas.
“Elas são um grande teste para o nosso entendimento da física atmosférica dos planetas, desde que elas não apresentam superfícies sólidas e não existe um Sol brilhante em seu caminho”, disse o coautor Michael Cushing.
A nova anã marrom do WISE é denominada de WISEPC J045853.90+643451.9 devido a sua localização no céu. Estima-se que ela esteja localizada a aproximadamente 18 ou 30 anos-luz de distância da Terra e é uma das mais frias anãs marrons conhecidas, com uma temperatura de 600 kelvin ou 620 Fahrenheit. O fato dessa anã branca ter saltado aos olhos no meio de tantos dados tão facilmente e tão rapidamente, indica que o WISE irá descobrir muito mais dessas estrelas. A descoberta foi confirmada com observações feitas com os telescópios de Fan Mooutain na Universidade da Virginia, o Large Binocular Telescope no sudeste do Arizona e o Infrared Telescope Facility da NASA em Mauna Kea no Havaí. Os resultados dessa pesquisa estão publicados no Astrophysical Journal.
Fonte: