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O universo possui muitas coisas estranhas e ainda sem muita explicação, isso, de não ter explicação não quer dizer que seja algo alienígena, de outro mundo, ou algo que vai destruir a Terra, e a vida no nosso planeta.
Os astrônomos sabem disso, que existem sinais estranhos pelo universo e por isso eles até mesmo montam equipamentos para isso, detectar sinais pouco comuns que existem por aí.
A maior parte desses equipamentos atua nas ondas de rádio do espectro eletromagnético.
Para quem não sabe, logo, logo o planeta vai ganhar um grande radiotelescópio chamado de SKA, Square Kilometre Array, um grupo de antenas que irá ficar, parte na África do Sul e parte na Austrália.
Enquanto ele não é inaugurado de forma completa, existem parte já funcionando na Austrália, que é o chamado ASKAP e na África do Sul que é o MeerKAT.
Entre 2020 e 2021, os astrônomos rodaram no ASKAP, um projeto chamado Busca por Fenômenos Variáveis e Transientes Lentos.
Uma coisa que vale explicar aqui é o que são fenômenos transientes, eles são diferentes dos fenômenos estáveis, ou seja, que não mudam com o tempo, os transientes têm uma grande variabilidade, e podem estar ligados a vários e diferentes tipos de fenômenos, ou seja, os astrônomos montaram um experimento para detectar esse tipo de evento no universo.
Então, em 2020 quando eles observaram o centro da Via Láctea com o ASKAP eles descobriram um fenômeno que chamou muito a atenção.
Seu nome é ASKAP J173608.2-321635.
Esse evento tinha um comportamento interessante, ele brilhava, depois apagava, depois brilhava novamente mais intensamente.
Mas além disso, ele também tinha outra característica muito interessante, as ondas de rádio eram polarizadas, algo que é extremamente raro de se encontrar no universo, são talvez apenas dezenas de fontes polarizadas em ondas de rádio, como pulsares e algumas estrelas altamente magnetizadas.
Como era um fenômeno nas ondas de rádio, os astrônomos começaram a investigar melhor o que poderia ser e então usaram o MeerKAT e também a antena de Parkes para estudar o evento.
Com o MeerKAT, o fenômeno se mostrou mais estranho ainda, ele foi observado por 15 minutos a cada semana, e o sinal então retornou, mas a fonte desapareceu em um dia, algo diferente, pois no ASKAP ela durava semanas.
Os astrônomos tentaram observar em outros comprimentos de onda como no infravermelho e nos raios-X, mas não encontraram nada.
O que seria esse sinal emitido no centro da Via Láctea então?
Aí é onde os astrônomos ainda estão trabalhando, eles pensaram em vários tipos de objetos que poderiam ter esse comportamento, como pulsares, magnetars, entre outros, mas todos os testes que foram feitos eles falham em algum ponto para esses objetos.
Chegaram, como sempre, a cogitar ser uma civilização alienígena enviando sinais, mas até isso foi descartado devido a banda, a faixa de emissão do sinal.
O fenômeno foi classificado como um Transiente de Rádio do Centro da Galáxia, um tipo de evento já registrado pelos astrônomos a menos da polarização circular, indicando que pode ser uma nova classe desses fenômenos.
A melhor explicação que se tem até o momento é que seja um tipo de estrela de nêutrons que está obscurecida e assim se comporta erráticamente, e que possui propriedades ainda pouco conhecidas.
O interessante, é que um instrumento foi construído para isso e detectou esse tipo de fenômeno.
Não, nenhum astrônomo está assustado, espantado com a descoberta.
Já passamos por isso recentemente com a estrela de Tabby, e provavelmente com a nova grande quantidade de instrumentos que vem por aí vamos passar muito mais por esse tipo de situação, ou seja, descobrindo sinais por aí no universo que não temos uma explicação ainda.
De resto, está tudo bem, não fuja para as montanhas, e viva normalmente.
Fontes:
https://arxiv.org/pdf/2109.00652.pdf
#STRANGERADIOSIGNAL #CENTEROFTHEGALAXY #SPACETODAY
