Feições vulcânicas são observadas por toda a Lua, mas algumas vezes é difícil dizer se uma feição observada é de origem vulcânica ou é parte remanescente de outra feição geológica (por exemplo, material ejetado de bacia ou materiais enterrados de anéis). A imagem aqui mostrada, é um exemplo de um domo que pode ou não ter origem vulcânica. O domo tem 1.5 km de largura e possui uma cratera no seu cume, mas ela é uma cratera de impacto ou de origem vulcânica? O domo é geomorfologicamente similar a dois vulcões encontrados na Lacus Mortis. Esses outros domos tem aproximadamente o mesmo tamanho e têm uma aparência similar, exceto que o domo da figura apresentada hoje, possui muito mais pequenas crateras de impactos sobrepostas, sugerindo que é mais velho do que os domos encontrados nos vulcões de Lacus Mortis. Isso significa que essa feição na porção oeste do Oceanus Procellaram é um vulcão só pelo fato de se parecer com um? A resposta simples é não, mas continue lendo para descobrir por que.
Na Terra, muitas técnicas são usadas para interpretar a história geológica e a origem de feições observadas na paisagem. Normalmente, a análise de dados de sensoriamento remoto e trabalhos de campo são técnicas que os cientistas usam de forma integrada para revelar a geologia de uma região. Mas na Lua, nós não podemos viajar e visitar nossas feições favoritas e realizar medidas e mapeamentos de campo, no mínimo, até agora isso é impossível. Ao invés disso, os cientistas precisam trabalhar com muita criatividade com os dados de sensoriamento remoto que eles têm.
Imagens estereográficas obtidas com a câmera NAC da sonda LROC podem ser usadas para estudar a topografia de feições geológicas. Os cientistas caracterizaram a topografia dos maiores vulcões e dos grande domos da Lua, e esses dados podem ser usados de forma integrada com imagens estereográficas da câmera NAC da sonda LROC para medir as dimensões e taludes da feição parecida com vulcão. Se as dimensões, taludes, e texturas, por exemplo, de uma feição parecida com um vulcão são consistentes com a paisagem caracterizada e interpretada como vulcão é possível que a feição parecida com vulcão seja mesmo um vulcão. Mas cuidado: não é só porque uma feição parecida com um vulcão tem uma topografia medida e morfologia semelhante a de outros vulcões não significa que essa feição é um vulcão. Similar a trabalhos de campo terrestres, os cientistas estudam a geologia lunar para ter certeza da visão geral, contextual ou regional, quando interpretarem as imagens de sensoriamento remoto.
As imagens obtidas pela câmera WAC da sonda LROC fornece uma visão regional, ou maior, do contexto onde a feição foi detectada. Além disso, os dados coloridos obtidos pela câmera WAC da sonda LROC podem ser usados para mapear as variações em cores causadas por diferentes composições do solo. Se a cor da feição parecida com um vulcão é mesma que o material encontrado no anel da cratera Eddington, então a feição poderia ser parte do material do anel da Eddington e não um vulcão. Contudo, se as cores são diferentes, então existe a possibilidade que essa feição tenha origem vulcânica, mas novamente, essa análise não é definitiva. Para se chegar a uma conclusão definitiva, seria preciso observar as imagens coloridas obtidas pela câmera WAC para outros vulcões identificados ou domos para se poder fazer as comparações. Mas, é claro, a amostragem da feição parecida com vulcão seria a melhor forma de se ter certeza se a feição é ou não um vulcão.
Fonte:
http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/376-Another-small-volcano.html