No final do sábado, dia 20 de Janeiro de 2018, às 23:43, hora de Brasília, depois de muitos adiamentos, espera, lancha, vento e tudo mais que você possa pensar, a empresa Rocket Lab conseguiu com sucesso completar o segundo voo de teste de seu foguete Electron, que decolou desde o Launch Complex 1 na Península de Mahia na Nova Zelândia.
O teste, simplesmente chamado de “Still Testing”, ocorreu sem problemas, nem o Space Today TV e nem o Café e Ciência que tentaram transmitir várias vezes, conseguiram fazer a live do evento, vai ver que foi por isso que deu certo.
Tudo correu bem com o lançamento, depois de dois minutos e meio de voo, o primeiro estágio se separou com sucesso do segundo estágio, o segundo estágio foi impulsionado por uma variante do motor Rutherford da Rocket Lab, desenhado para o vácuo do espaço. Três minutos depois, a coifa de composto de carbono se separou corretamente. O veículo alcançou a órbita oito minutos depois da decolagem, e as cargas foram entregues com sucesso nas órbitas planejadas.
Esse voo, apesar de ser um teste, carregou três pequenos satélites comerciais, incluindo dois satélites Lemur-2 da empresa Spire Global, para previsão do tempo e rastreamento de embarcações, e um satélite de imageamento da Terra, Dove, da empresa Planet Labs. Os três CubeSats se juntaram à constelação de satélites já existentes das respectivas empresas.
O primeiro estágio do foguete Electron é impulsionado por nove motores Rutherford, desenhado pela própria Rocket Lab, e que tem esse nome em homenagem ao físico neo zelandês Ernest Rutherford. A impressora 3D também é usada na construção de todos os componentes do motor, o que significa que o motor completa leva apenas 3 dias para ser construído.
Cada motor Rutherford tem uma capacidade de 4600 libras de força de empuxo, com um impulso específico de 327 segundos, e usa como combustível oxigênio líquido e RP-1, que é uma versão altamente refinada do querosene. Os tanques de composto de carbono do motor foram especialmente desenhados para ser compatíveis com o oxigênio líquido. As turbobombas do Rutherford usam motor DCC sem escova e baterias de alta performance de polímeros de lítio ao invés de turbinas de gás, que faz com que o desenho completo seja mais simples do ponto de vista termodinâmico, e possível de ser modificado com mudanças no software se necessário.
O primeiro voo de teste do Electron, chamado de “It’s a Test”, aconteceu em 25 de Maio de 2017, com o veículo de lançamento indo ao espaço mas não atingindo a órbita. O voo foi terminado mais cedo devido a uma perda de dados que a Rocket Lab atribuiu a um equipamento terceirizado de telemetria que eles haviam contratado. O problema não aconteceu nesse segundo voo.
“Aumentar o acesso ao espaço dará a humanidade uma vasta melhora para poder construir infraestruturas orbitais, como constelações de satélites de previsão do tempo e de imageamento do nosso planeta. Isso fornecerá mais dados sobre a Terra e nos permitirá como espécie, tomar decisões melhores sobre como melhor administrar o impacto que causamos no planeta”, disse o CEO e CTO da Rocket Lab, Peter Back. “Esse lançamento de teste é um passo crucial na aquisição de mais dados do Electron para que possamos voar mais e melhor no futuro”.
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