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22 de dezembro de 2024

Duas Visões de Uma Galáxia Assimétrica a NGC 2442

A Galáxia Meathook, ou NGC 2442, tem uma forma altamente assimétrica. Um braço espiral está dobrado de forma apertada por ele mesmo e abriga uma recente supernova, enquanto o outro, salpicado de estrelas recém formadas, se estende para longe do núcleo da galáxia. O Telescópio Espacial Hubble das agências NASA e ESA e o telescópio de 2.2 metros de diâmetro ESO/MPG geraram duas imagens contrastantes dessa galáxia espiral assimétrica.

A Galáxia Meathook, ou NGC 2442, está localizada na constelação do sul da Volans (O Peixe Voador), e é facilmente reconhecida devido a assimetria de seus braços espirais. A aparência assimétrica da galáxia é devido a interações gravitacionais sofridas por ela com outras galáxias em algum ponto da sua história, os astrônomos acreditam nessa hipótese embora não tenham nenhuma identificação positiva dessa interação.

Uma imagem detalhada do Telescópio Espacial Hubble das agências ESA e NASA focou no núcleo da galáxia e no mais compacto dos dois braços espirais. Em 1999, uma estrela massiva no fim da sua vida explodiu nesse braço da supernova. Comparando observações antigas feitas por telescópios baseados em Terra, com imagens feitas pelo Hubble em 2001 e com essas imagens feitas em 2006, os astrônomos podem ser capazes de estudar em detalhe o que aconteceu com a estrela nos seus momentos mortais. No momento em que essa imagem foi adquirida, a supernova já havia se apagado e não era mais visível.

Uma imagem muito mais ampla, feita pelo instrumento chamado de Wide Field Imager acoplado ao telescópio MPG/ESO de 2.2 metros em La Silla no Chile, mostra de forma bem clara a forma de um duplo gancho que dá o nome a essa galáxia. Essa imagem também registra algumas outras galáxias próximas da NGC 2442 bem como muitas outras galáxias remotas que formam um rico plano de fundo para a imagem. Embora o Wide Field Imager baseado em Terra não mostre imagens tão detalhadas como as feitas pelo Hubble que está no espaço, ele pode cobrir uma seção muito maior do céu em uma mesma exposição. Por isso as duas ferramentas devem trabalhar de forma integrada para fornecer as melhores informações aos astrônomos.

As observações do ESO também destacaram o outro fim do ciclo de vida de estrelas do Hubble. Salpicando grande parte da galáxia, de preferencia no maior dos dois braços, estão pedaços de áreas rosas e vermelhas. Essa cor vem do gás hidrogênio localizado nas regiões de formação de estrelas: à medida que a poderosa radiação das estrelas recém formadas excita o gás nas nuvens em que elas se formaram, ele brilha em tonalidades de vermelho.

A interação com outra galáxia que deu à Galáxia Meathook essa assimetria incomum também provavelmente disparou os recentes episódios de formação de estrelas ali observados. A mesma força gravitacional que deformou a galáxia, corrompeu as nuvens de gás dando início ao colapso gravitacional.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/news/heic1108/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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