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18 de dezembro de 2024

Domos e Caldeiras Ricos em Sílica São Identificados na Lua

Quase que todas as erupções vulcânicas na Lua produziram os mares de basalto que preenchem as bacias do lado visível da Lua e o interior da bacia do lado escuro do Polo Sul, a Bacia Aitken. Pouca evidência para o vulcanismo existia nas terras montanhosas da Lua. Agora, Brad Jollif e colegas publicaram um estudo em um artigo na revista Nature Geoscience que pode ser encontrado no final desse post, com novas informações da sonda LRO documentando uma paisagem provavelmente vulcânica identificada na famosa anomalia de tório Compton-Belkovich (acima a esquerda). As imagens da sonda LRO revelam alguns domos (acima a direita) ditos serem mais íngremes do que os domos típicos encontrados nos mares da Lua, o que é uma pista para uma composição mais rica em sílica do que os basaltos dos mares. Vulcanólogos terrestres aprenderam que mesmo o basalto pode gerar taludes íngremes se a sua taxa de erupção for baixa, mas esse aparentemente não é o caso para esses domos pois o radiômetro infravermelho Diviner da sonda LRO identificou altos conteúdos de sílica como os encontrados em rochas riolíticas. A mesma assinatura espectral que foi encontrada é um anel grosseiro de montanhas baixas fechando uma área mais baixa (na parte inferior da imagem). A equipe de Brad interpretou isso como uma caldeira rica em sílica, acredito que seja a primeira encontrada na Lua. Essa província vulcânica de sílica está muito próxima aos mares de basalto no interior da bacias Compton e Humboldt. Essa é uma feição similar a encontrada nos Domos Gruithuisen próximo dos basaltos do Oceano Procellarum, fica aqui a dúvida se existe ou não uma conexão entre essas feições ricas em sílica e em basalto. Finalmente, essa Província Vulcânica de Comptom-Belkovich, ou CBVP como está sendo chamada pode ser pouco visível da Terra podendo-se identificar somente o seu pico central e o anel da Comptom. O anel da caldeira é mais baixo que o pico central, mas as rochas vulcânicas ricas em sílica são brilhantes.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/July+26%2C+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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