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Sequência de Imagens Mostra As Distorções Da Lua Ao Se Pôr

Essa sequência de imagens mostrada acima apresenta um espetacular pôr da Lua e foi feita da costa do Lago Garrison em Port Orford no Oregon. A câmera no momento da imagem estava apontando para oeste, olhando através do lago, além de uma estreita duna e na direção do Oceano Pacífico. Uma atmosfera bem límpida permitiu observar a Lua se pondo por toda a extensão do horizonte. A distorção sofrida pela Lua à medida que ia descendo e desaparecendo no horizonte foi marcante, a forma da Lua foi mudando rapidamente, mas mesmo assim ainda permitiu que fosse registrada toda a sua forma.

Apesar de estarmos acostumados a ver a Lua cheia nascer, nós raramente a vemos se pôr. Isso tem uma razão simples, grande parte das pessoas ainda estão dormindo logo cedo quando a Lua Cheia caminha para o horizonte oeste. Além disso, nossa atenção quase sempre está voltada na direção da parte mais brilhante do céu. À medida que a Lua se põe, o Sol está nascendo no horizonte oposto, e isso é mais cativante do que a Lua que vai perdendo seu brilho enquanto o dia avança. Contudo, nessa manhã de começo de inverno, a Lua estava alta ainda no céu em um horário razoável para ser observada. A sequência de 16 fotos da Lua começou às 7:10 da manhã, hora local, na manhã do dia 8 de Janeiro de 2012. A Lua estava quase completamente cheia, o disco achatado superior da Lua foi então notado (parte superior esquerda da sequência) e ele foi então mudando para um bulbo, uma bola, um pedaço quadrado de luz e finalmente um pequeno pedaço iluminado (na parte inferior direita da sequência). A feição chamada de “O Homem na Lua”, não é fácil de ser vista mas nas fotos na parte superior direita (segunda e terceira fotos a partir da direita) ele parece como se estivesse vestindo as calças.

A refração atmosférica é responsável por distorcer as formas. Devido ao disco da Lua (e do Sol também) ter aproximadamente meio grau de diâmetro aparente, a luz da sua parte inferior passa através de uma parte uma pouco maior de ar  do que a parte superior enquanto esses objetos nascem ou se põem, ou seja,  o comprimento da passagem da luz da Lua é maior na parte inferior do disco. Assim a parte inferior é refratada para cima, mais do que a parte superior, resultando nessa bizarra distorção. Não somente a Lua foi distorcida, mas também múltiplas inversões de temperatura  criaram um efeito chamado de múltiplas luas, como pode ser visto melhor na segunda foto a partir da direita na linha superior e nas fotos do meio da linha inferior. Note também o brilho azul esverdeado da luz no topo da Lua nas fotos da linha inferior, segunda foto da esquerda. Esse é o raio verde, ou uma miragem falsa. Um verdadeiro show da Lua nessas imagens.

Fonte:

http://epod.usra.edu/blog/2012/02/distorted-moonset-sequence.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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