É difícil ter um membro de uma família com um nome em alguma formação na superfície da Lua, imagine dois membros!
Wilhelm von Humboldt (1767 – 1835) foi um filósofo e linguista de origem alemã, que projetou o sistema educacional prussiano. Além disso, ele também foi o fundador da Universidade de Berlim. Seu irmão mais novo, Alexander von Humboldt (1769 – 1859), foi um dos maiores geógrafos, naturalistas e exploradores do século 19.
Temos aqui, duas personalidades diferentes. O irmão mais velho gostava de trabalhar dentro da sala de aula. O irmão mais novo gostava de trabalhar fora, no campo. Aquele que viveu mais ao ar livre teve vida mais longa!
Assim, o irmão que viajou muito para explorar grandes montanhas, campos e florestas distantes, recebeu como homenagem na superfície lunar, um mar de lavas escuras (Mare Humboldtianum) dentro de uma enorme bacia de impacto com anéis múltiplos (Humboldtianum Basin). O anel principal da bacia, com 650 km de diâmetro, adentra parcialmente no lado oculto e menos explorado da Lua. Logo, o irmão mais novo e grande geógrafo, com certeza gostaria de explorar por lá!
No entanto, o irmão que foi um grande educador, recebeu como homenagem uma bela cratera de morfologia complexa, podemos dizer também completa, cheia de características, com 189 km de diâmetro (Cratera Humboldt). Imagens feitas pela sonda espacial LRO da NASA mostram que essa cratera tem seu piso interno inundado por lava, com partes lisas e planas, mas também tem partes ásperas. O piso também apresenta depósitos escuros de material piroclástico (cinzas vulcânicas). O piso interno também abriga alguns impactos de pequenas crateras, incluindo uma cratera concêntrica perfeita. A grande Cratera Humboldt também apresenta um conjunto de canais (rilles) concêntricos e radiais, uma cadeia de montanhas centrais, paredes internas estruturadas em terraços (terraces) e borda externa contornada por baluarte (rampart). Logo, uma cratera complexa que parece um “parque temático”, que apresenta várias características e detalhamentos, seria um excelente objeto de estudo em sala de aula para o irmão educador.
Com todos esses diferenciais, caso a Cratera Humboldt fosse mais perto do centro do disco lunar, ela seria, sem sombra de dúvida, um dos alvos mais ricos e completos para telescópios baseados na Terra.
Tanto o mar de lavas escuras (Mare Humboldtianum), quanto a interessante cratera (Cratera Humboldt) estão posicionados perto do limbo lunar, Isto posto, é muito difícil de serem observados com grande detalhamento, porque uma boa visualização dependerá de condições favoráveis ??do ângulo da luz solar e do movimento de libração.
Os dois irmãos continuam juntos lá na Lua, porque são observáveis ??no mesmo período (2 dias após Lua nova ou um dia após a Lua cheia).
Crater HUMBOLDT: October 8, ?2014, ??23:11:18 LT (02:11:18 UT).
MARE HUMBOLDTIANUM: October 8?, ?2014, ??22:41:38 LT (01:41:38 UT).
Telescope Sky-Watcher Collapsible Truss-Tube DOB 16″ + Orion StarShoot Solar System Color Imager III Camera + Celestron Ultima 2X Barlow – just one frame.
O texto e as imagens desse post foram gentilmente cedidas pelo Professor Ricardo José Vaz Tolentino. Não deixem de visitar o site do Observatório Lunar Vaz Tolentino, o VTOL: www.vaztolentino.com.br. No site são disponibilizadas diariamente imagens da Lua feitas com apenas um frame, além de ser possível também encontrar muitas outras informações sobre astronomia e as demais ciências. Visitem o VTOL e aprendam mais sobre a Lua o nosso único satélite natural.
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