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Diferentes Precipitações E Água Subterrânea Formaram Uma Série De Lagos Ao Longo da História Marciana

A região nordeste do anel  bacia de impacto Hellas, localizada no hemisfério sul de Marte, contém uma grande quantidade de lagos efêmeros durante a história de Marte, revelou um estudo. O artigo que foi publicado na revista Astrobiology examinou a região onde as depressões podem ter abrigado reservatórios de água que se originaram de diferentes fontes, incluindo a precipitação, transporte fluvial, e da água em subsolo. Sedimentos, parcialmente preencheram as depressões ou formaram depósitos de leque dentro desses paleolagos. Alguns desses paleolagos se formaram em crateras de impactos novas até degradadas, outros estavam situados em depressões de terreno que sofreu um tipo de rolamento. Os paleolagos, são lagos que existiam num tempo quando o clima onde eles estavam localizados é bem diferente do clima atual.

Os candidatos a paleolagos são identificados ao longo de sistemas de drenagem que se esvaziaram em depressões menores nas margens da Hellas Planitia, a maior e mais antiga bacia de impacto da superfície de Marte, terminando em quase nas mesmas elevações ao longo de uma linha de 250 km de comprimento.

Foram encontrados alguns grupos de paleolagos com diferentes histórias geológicas ao longo do sistema de drenagem. Alguns grupos de paleolagos serviram como fonte para sistemas de canais com quilômetros de largura e centenas de quilômetros de comprimento, enquanto que outros se formaram através de fluxo ou de lagos terminais. Alguns dos canais e dos seus depósitos são similares àqueles produzidos por inundações. Algumas dessas inundações podem ter sido catastróficas, com um fluxo de 105 mˆ3/s, similar às inundações que formaram a região de Channeled Scablands na parte leste do estado de Washington, enquanto que a morfologia dos outros canais e vales sugere, descargas de duração maior, porém menos intensas, como por exemplo, o rio Mississippi. Esses canais com centenas de metros de largura cortam uma área coberta por lava vulcânica no talude interior da Bacia Hellas.

Canais de fluxo contínuo são identificados a partir de dois canais conectados, um na entrada e outro na saída. Os canais menores de entrada nesses locais sugerem que esses lagos foram preenchidos por água subterrânea e assim fornecem uma pequena descarga de água na superfície. Outros lagos podem ter sido preenchidos durante inundações ocasionais, e alguns lagos de cratera de impacto foram identificados já que a precipitação, provavelmente se deu na forma de neve.

Um paleolago numa cratera de impacto terminal é preenchido com um sedimento suave que é similar ao encontrado em salinas nos Antes. Essa similaridade sugere que as condições em Marte podem ter sido comparáveis com às de grande altitude na Terra, ou seja, frio, árido, quando os lagos se formaram.

A lista de 34 novos candidatos a paleolagos marcianos foi compilada a partir de uma detalhada análise hidrogeográfica da região nordeste de Hellas, onde somente um paleolago de cratera de impacto havia sido identificado anteriormente. Isso sugere que Marte foi hidrologicamente muito mais ativo do que se pensava e que algumas regiões podem ter abrigado numerosos lagos ao longo da história marciana. Os lagos foram preenchidos por diferentes processos hidrológicos, provavelmente relacionados com a atividade hidrotermal recorrente dos vulcões próximos de Hadriaca e Tyrrhena Paterae.

Fontes:

https://www.seti.org/press-release/groundwater-and-precipitation-provided-water-form-lakes-along-northern-rim-hellas-basin-throughout

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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