As ondas gravitacionais, para quem ainda não sabe, tem um espectro, assim como a radiação eletromagnética tem o seu.
Esse espectro é chamado de espectro gravitacional.
Dentro do espectro gravitacional, atualmente, com o LIGO e VIRGO nós só conseguimos detectar ondas gravitacionais provenientes da fusão de buracos negros de massa estelar e da fusão de estrelas de nêutrons.
Essas, digamos, são ondas gravitacionais com frequências mais altas.
Mas lógico que existe a ideia e a vontade de se detectar ondas gravitacionais de frequências baixas.
Essas são produzidas, por exemplo, pela colisão de buracos negros supermassivos.
Nós já avançamos um pouco nesse sentido, já que a tecnologia da LISA, um detector espacial nos moldes do LIGO já foi testada e promete funcionar.
Existe também, como já falei aqui a técnica de usar os pulsares, a chamada Pulsar Timing Array.
Essa técnica é interessante, pois ela usa a observação dos pulsares, e calcula a mudança na frequência aparente dos pulsos com relação à passagem de uma onda gravitacional, gerada pela fusão de buracos negros supermassivos, por exemplo.
com base nessa ideia, um grupo de astrofísicos está propondo algo maravilhoso.
Eles querem usar a missão GAIA, da Agência Espacial Europeia, que mede com precisão a posição de bilhões de estrelas na Via Láctea como um detector de ondas gravitacionais de baixa frequência.
Para isso, a ideia é usar não a variação de pulsos dos pulsares, mas sim a aparente modificação na posição das estrelas observadas pela GAIA, ou seja, suas oscilações para detectar as ondas gravitacionais.
A passagem de uma onda gravitacional, que acaba causando uma oscilação no tecido do espaço-tempo, muda a posição das estrelas, a polarização da onda gravitacional pode ser detectada e assim teríamos a detecção de um tipo novo de onda gravitacional.
A vantagem é que a missão GAIA já está em funcionamento no espaço, já faz essas medidas, ou seja, essa aplicação pode ser testada a qualquer momento.
Os astrônomos realmente viram que o estudo das ondas gravitacionais pode trazer muitos novos conhecimentos sobre o universo, e entender os buracos negros supermassivos é algo que os deixa muito animados.
Vamos aguardar por novidades nessa área.
Fonte:
https://www.kicc.cam.ac.uk/news/using-gaia-to-detect-low-frequency-gravitational-waves
Artigo:
https://arxiv.org/pdf/1707.06239.pdf