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23 de dezembro de 2024

Deslizamentos de Terra e Fluxos de Lava São Registrados na Região do Monte Olympus Em Marte

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observatory_150105Gigantescos deslizamentos de terra, fluxos de lava e forças tectônicas estão por trás dessa cena dinâmica capturada recentemente pela sonda da ESA Mars Express de uma região alterada pelo maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olympus.

As imagens foram feitas no dia 23 de Janeiro de 2013 pela câmera estereográfica de alta resolução da sonda, e focou uma região conhecida como Sulci Gordii, que localiza-se a aproximadamente 200 km a leste do Monte Olympus.

Sulci Gordii é um depósito de auréola, palavra em latim que significa círculo de luz, e é uma das muitas que formaram um anel quebrado ao redor do gigantesco vulcão, como pode ser visto no mapa de contexto.

As auréolas contam a história de um colapso catastrófico do flanco inferior do Monte Olympus num passado distante. Hoje, esses colapsos se destacam com desfiladeiros íngremes com bordas que se erguem 2 km acima das planícies ao redor.

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O colapso foi partido pela fraqueza das rochas que suportavam o edifício vulc6anico, talvez essa fraqueza tenha sido influenciada pela água em subsuperfície. Durante o colapso, os detritos de rocha deslizaram para baixo e para fora por centenas de quilômetros na planície vulcânica ao redor, se erguendo e formando a auréola rugosa que pode ser observada hoje.

Avalanches similares de detritos são também vistas ao redor de alguns vulcões na Terra, incluindo o Mauna Loa, no Havaí, que, como o monte Olympus, é um vulcão de escudo com os flancos suaves, construído a partir de sucessivos fluxos de lava.

As planícies suaves ao redor do Sulci Gordii sugerem que os massivos deslizes de terra foram posteriormente soterrados pelos fluxos de lava. Delimitações apagadas de antigos fluxos de lava podem ser vistos se olharmos com detalhe na porção central superior esquerda das imagens de alta resolução.

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A aparência característica do sulci, termo geológico usado para descrever colinas e vales aproximadamente paralelos em Marte, provavelmente foi gerada durante o deslizamento à medida que o material escorregava para longe do vulcão e se tornava comprimido ou se separava à medida que viajava pela superfície. Com o passar do tempo, a erosão do material mais fraco entre os picos acentuaram esse efeito.

O efeito ondulado é visto melhor nas imagens em perspectiva. Detalhes dessas imagens revelam que as colinas e as cadeias são também cobertas por uma fina poeira soprada pelo vento, e que muitos deslizamentos de pequena escala ocorreram nos lados dos vales.

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De maneira similar, uma inspeção detalhada das planícies suaves, sutis ondas na cobertura de poeira marciana pode ser vista. Aqui, finas dunas onduladas ganharam forma pelo vento que prevalecia na região.

Numerosos canais sinuosos e redes de fraturas também cruzam a cena, em particular na parte terminal sul (esquerda) da imagem principal e nas imagens em perspectiva. Os canais variam seu comprimento de aproximadamente 50 km até 300 km e foram provavelmente alargados por fluxos de lava de vida curta, ou talvez até mesmo pela água.

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Um impressionante sinal no lado esquerdo da imagem em perspectiva é um canal sinuoso que é repentinamente truncado pela falha tectônica. Outro canal corta a parte central em primeiro plano e claramente apresenta uma complexa história de faturamento.

No terreno acidentado em direção ao sul (parte central superior direita da imagem principal) as forças tectônicas separaram a crosta marciana, algo que pode ser visto com maior clareza no mapa colorido topográfico.

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Estudando regiões complexas como essa, e comparando-as com exemplos similares aqui na Terra, os cientistas planetários aprendem mais sobre os processos geológicos que dominaram o antigo Marte, quando ele era um planeta ativo.

Como na Terra, a cena de Sulci Gordii nos conta que os vulcões podem sofrer colapsos dramáticos que transportam grandes quantidades de material por centenas de quilômetros, onde eles são subsequentemente esculpidos pelo vento, pela água e pelas forças tectônicas.

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Fonte:

http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Mars_Express/Landslides_and_lava_flows_at_Olympus_Mons_on_Mars

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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