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21 de dezembro de 2024

De Onde Vem A Água de Encélado?

Em primeiro lugar, o gelo de água é abundante no satélite Encélado de Saturno, pois esse objeto está bem longe do Sol. Na verdade, quase todos os satélites dos planetas gigantes, com a importante exceção de Io, satélite de Júpiter, os planetas anões, como Plutão, os cometas e os objetos do Cinturão de Kuiper são formados com uma grande quantidade de gelo de água. O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo e o oxigênio, o terceiro mais abundante, isso faz com que a formação de H2O não seja tão complicada assim. Além de uma certa distância do Sol, a chamada linha de neve, ou linha de congelamento, qualquer água deve estar no seu estado sólido, e quando os planetas e os satélites se desenvolveram, o gelo foi um importante componente químico.

Então, de onde vem a “água” nas plumas que são expelidas do satélite Encélado? Essa na verdade é uma das grandes descobertas da missão Cassini da NASA. A região polar sul de Encélado é intensamente deformada e acidentada, e entre esses acidentes, um grupo deles chama a atenção. São fissuras na crosta, chamadas de “listras de tigres”, que expelem, calor e jatos, ou gêiseres de vapor d’água e de pequenas partículas. O vapor d’água contém uma pequena quantidade de dióxido de carbono, além de amônia, metano e outros compostos orgânicos. As partículas expelidas juntas são na sua maioria compostas por gelo, mas contém também sais e/ou bicarbonatos.

Esses jatos expelidos pelo polo sul de Encélado, leva os cientistas planetários a estimarem que exista abaixo da superfície fria de gelo do satélite, um oceano de água salgada. Não se sabe se esse oceano é global em extensão, ou é localizado, mas sabe-se que a presença de um oceano permite que o gelo de Encélado se flexione sob a força gravitacional de Saturno. E é essa flexão e o aquecimento mecânico que deve manter, o pequeno satélite Encélado tão ativo.

Fonte:

https://astronomy.com/magazine/ask-astro/2013/05/watery-world

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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