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Crateras Raiadas de Impacto Distintas na Região de Meridiani Planum

Essa “nova”, na verdade  bem preservada, cratera de impacto criou um padrão radial de raios escuros. A imagem foi sugerida para tocar na questão, por que os raios são escuros.

Essa cratera é tão jovem e recente que ainda não deu tempo da poeira brilhante cobrir os raios? Não é o que parece provavelmente, principalmente pelo que podemos ver pelos depósitos de ventos dentro da cratera, que necessita de no mínimo mil anos para se formarem depois do impacto. Além disso, crateras novas com ejeção escura são comuns na região Meridiani, e elas não podem ser extremamente recentes.

Será que a ejeção da cratera é uma camada da subsuperfície de material escuro? Talvez, mas todas as rochas expostas na região ao redor são relativamente brilhantes. A camada superficial é mais escura do que a camada do embasamento rica em materiais escuros como concreções de hematita (as chamadas “blueberries” encontradas pela sonda Opportunity) são resistentes a erosão pelo vento e deixam depósitos. Na escala da imagem da HiRISE, os raios são vistos como finos depósitos, talvez com menos de 1 metro de espessura.

Os segmentos de raios mais distantes contém muitas crateras menores secundárias criadas pelo impacto de rochas ejetadas da cratera primária. Talvez essas sejam depósitos dos raios originais. Em outras palavras, uma mistura de material quebrado foi depositado, mas o material relativamente brilhante foi soprado para longe desde a formação da cratera. As areias mais escuras ou o material de tamanho granular pode eventualmente ser movido pelo vento e armazenado dentro das crateras, como normalmente se vê sobre a região de Meridiani Planum, mas nesse caso não teve-se tempo suficiente desde a formação da cratera para a execução desse processo de remover os raios.

As partículas mais grossas, não poderiam ser movimentadas pelo vento no atual regime climático de Marte, mas as mudanças ocorridas pelos milhares e milhões de anos em Marte em seus parâmetros orbitais como a inclinação do eixo de rotação. Muito movimento de areia tem sido observado desde a formação da cratera, isso pode ser visto pelos depósitos dentro da cratera, mas esse movimento não foi suficiente para remover os raios.


Fonte:

http://hirise.lpl.arizona.edu/ESP_020784_1810

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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