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A Região da Cratera Letronne na Lua


Movendo um pouco para norte da imagem feita da Gassendi e apresentada abaixo, o astrônomo amador autor dessa bela imagem acima registrou uma excelente visão da cratera Letronne, uma cratera com 115 km de diâmetro. Como muitas outras crateras nas bordas dos mares, ela parece estar inclinada em direção a um deles, no caso aqui o Oceanus Procellarum, e a sua parede que faz divisa com esse mar parece coberta por lavas. Isso acontece muito perto da Humorum, e a explicação normal para isso é que o centro da Bacia Humorum caiu devido ao peso da lava de erupção depositada sobre seu interior. Não é claro se essa subsidência aconteceu neste caso pois pode não ter existido uma bacia circular sob o Procellarum. De alguma forma a cratera Letronne perdeu seu anel norte e foi inundada com lavas de modo que somente o topo das montanhas mais altas restaram nessa região. O exterior da cratera Letronne registra sinais de um passado variado. Seu próprio material ejetado que formou a Gassendi provavelmente se sobrepôs e foi cortado pelas feições de fluxo e por canais estreitos. Pode-se notar também dois antigos canais de interior plano que sobreviveram por pouco. O  primeiro, marcado com o número 1, se estende na direção norte da Gassendi A (topo a direita) por aproximadamente 40 km. A cadeia estranha dentro do A não está obviamente associada com o canal. O segundo canal acima do número 2 é maior e melhor definido. O fato que ele corta o material ejetado e se estende até próximo do anel da Letronne sugere que ele é mais jovem que a cratera. Mas em alguns locais o material ejetado, talvez da Gassendi o cobre. Isso pode ser uma continuação dos Canais Marsenius vistos ao sul. Continuando ao redor do anel da cratera existe uma depressão ou cavidade peculiar marcada com a letra P no mar. Isso poderia ser uma abertura colapsada de um antigo canal sinuoso mas não existem evidências de um canal ali. Finalmente, a cratera Flamsteed A (na parte central esquerda) tem um anel elevado no lado leste que é pouco comum. Será que essa cratera foi formada na parte inferior da superfície de lava e depois um fluxo mais jovem enterrou o seu material ejetado exceto por essa parte perto do seu anel? Imagens feitas com o Sol alto mostram que o interior da cratera é muito brilhante, mas não existem materiais  brilhantes ao redor dela.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/January+19%2C+2012


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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