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24 de dezembro de 2024

Conhecendo a Lua: O Rimae Sirsalis

Sirsalis é normalmente considerada a maior linha reta que pode ser encontrada na superfície da Lua, feição essa que chamamos de rimae. Mas olhando cuidadosamente para a bela imagem feita pelo Avaní Soares, mostrada acima, e nas imagens no Quickmap da LRO, pode-se notar que algumas complexidades começam a emergir.

A rimae é relativamente reta desde o sul da cratera Sirsalis K até a cratera Crüger C, mas nas duas partes terminais a rimae finaliza se curvando. A parte que é totalmente reta tem cerca de 180 km de comprimento e 3 km de largura.

Perto da cratera Crüger C, uma linha mais antiga que passa pela cratera Crüger CA se junta à linha principal e uma vez que ela passa por dentro da cratera Darwin A (D-A) ela abruptamente começa a se curvar para oeste e continua num grande arco dentro de uma cratera sem nome, mas provavelmente uma antiga cratera entre as crateras Darwin e D-A. A Rimae Sirsalis passa por cima de linhas mais antigas vindas da cratera Darwin e finalmente perto da sua parte terminal sul ela é cortada por uma linha que faz com ela um ângulo aproximadamente reto. Como em muitos lugares da Lua cortados por linhas como essas, as tensões geológicas responsáveis pelas mudanças são desconhecidas. Na parte terminal norte do segmento reto da Rimae Sirsalis, ela se curva levemente em direção leste e então é coberta por lavas de mar na cratera Sirsalis K. Observando a imagem disponível no Quick Map da LRO (http://tinyurl.com/lqxsyhj) pode-se ver que a linha tem um pequeno segmento que corta parte da parede sul da cratera Sirsalis E e então, a linha se perde para sempre sob o mar.

A Rimae Sirsalis está associada com uma anomalia magnética que tem sido interpretada como sido causada por um dique de magma que pode ter alimentado as lavas do Oceanus Procellarum. A pequena parte da linha que chega até a Sirsalis E, demonstra que a linha se estende mais do que se sabia anteriormente, e de fato, a anomalia magnética atinge a Sirsalis E.

Detalhes Técnicos:

Autor: Avaní Soares.

Data: 24 de Abril de 2013, 02:40 UT.

Equipamento: GSO 12” Qhy 5L e Powermate 4X.

Processamento: AS!2 e Photofiltre 3.

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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