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Como Será A Foto do Buraco Negro? – A Sombra de Einstein – Space Today TV Ep.1522

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Vamos falar de buracos negros.

Os buracos negros ocorrem quando uma estrela de grande massa chega ao fim da sua vida, depois de uma explosão de supernova, se o caroço que sobrar for massivo o suficiente ele se colapsa num ponto incrivelmente denso, chamado de singularidade.

Quando o gás, estrelas e qualquer outra matéria passa perto o suficiente desse ponto, ou seja, dentro do chamado horizonte de evento, essa matéria cai então no buraco negro.

Quanto mais matéria o buraco negro engole, mais massivo ele fica e o horizonte de eventos se expande.

Os buracos negros aparecem com diferentes massas, os supermassivos no centro das galáxias, os de massa intermediária ainda um mistério, e os de massa estelar, esses podem ser mais comuns.

Estima-se que só na Via Láctea existam 100 milhões de buracos negros de massa estelar.

No centro da nossa galáxia a uma distância de 26 mil anos-luz da Terra, existe um buraco negro supermassivo, o chamado Sagittarius A*.

Esse nosso buraco negro tem uma massa equivalente a 4 milhões de vezes a massa do Sol.

Os astrônomos só conseguiram entender por completo os buracos negros o dia que conseguirem observar esses objetos.

Mas como observar um buraco negro?

Há cerca de 4 anos, teve início um projeto audacioso, o chamado Telescópio do Horizonte de Eventos, que tem como objetivo fazer a tão falada e tão famosa imagem do buraco negro.

Mas não é bem assim.

Quando a matéria está caindo no buraco negro ela ica superaquecida e emite luz, quando essa luz passa pelo horizonte de eventos ela é desviada pela força gravitacional do buraco negro.

Essa luz desviada, como se tivesse uma lente acaba delimitando uma região escura, que os astrônomos chamam de sombra do buraco negro.

O tamanho dessa sombra estima-se seja cerca de 2 vezes e meia o tamanho do horizonte de eventos.

Para que o Telescópio do Horizonte de Eventos funcione, só existem dois buracos negros que ele é capaz de fazer imagens.

O nosso, o Sagittarius A* e o buraco negro no centro da galáxia M87, esse com 7 bilhões de vezes a massa do Sol.

Para o SGR A* a sombra tem um tamanho de 30 milhões de km, e para o buraco negro da M87 essa sombra é milhares de vezes maior.

Os astrônomos então querem estudar a sombra do buraco negro para obter informações do próprio buraco negro, e essa imagem será conclusiva para a existência dos buracos negros.

Além da singularidade e do horizonte de eventos, outra característica importante dos buracos negros são os jatos que ele emite.

NA verdade, o jato é emitido por uma região ao redor do buraco negro, à medida que a matéria cai no buraco negro ela se torna superaquecida e parte da matéria é expelida na forma de jatos relativísticos.

O Sgr A* não deve apresentar esses jatos, pois ele é um buraco negro calmo, engole uma estrela a cada 10 mil anos.

Mas os jatos também são importantes para entender os buracos negros.

Se os jatos existirem o EHT será capaz de detectá-los.

Isso porque o EHT na verdade é um telescópio que virtualmente tem o diâmetro do planeta Terra e é formado por 7 rádio telescópios espalhados pelo mundo.

durante uma semana em 2017 essa rede de telescópios adquiriu os dados necessários para fazer a tão falada imagem.

Mas essa imagem ainda não ficou pronta.

Os astrônomos têm simulações de como ela deve ser no final, que é essa que estou mostrando para vocês.

A complicação está no fato de que para gerar essa imagem é preciso construir códigos computacionais que levam em consideração as equações da teoria da relatividade de Einstein.

As equações geram previsões interessante,.

A sombra do Sgr A* deve ser praticamente circular, caso ela não seja, algo pode estar errado com a teoria da relatividade.

Ajustar todos os dados adquiridos, construir os códigos computacionais que levam em consideração as equações da relatividade, testar tudo isso, rodar esses códigos, processar os dados e no final obter a imagem, é uma tarefa um tanto complicada e por isso essa “demora”na geração da imagem da sombra do buraco negro.

Mas com as simulações feitas até agora, temos uma boa ideia de como essa imagem será.

Vamos aguardar e acredito que em breve a imagem estará prontinha para podermos apreciar.

Fonte:

https://phys.org/news/2018-10-black-hole.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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