Todos estão se preparando para o eclipse total do Sol, do dia 21 de Agosto de 2017, e muitos já tem na ponta da língua a mecânica do evento. Ocasionalmente, o Sol, a Lua e a Terra se alinham e quando isso acontece, a Lua projeta uma sombra na superfície da Terra, temos assim um eclipse.
Da nossa perspectiva aqui na superfície da Terra, vemos como se o disco da Lua encobrisse a face do Sol. Você precisa estar perto ou na faixa de totalidade para quando o Sol for completamente coberto você notar a diminuição do brilho solar a olho nu. Contudo, sofisticados instrumentos que medem a intensidade da lua podem facilmente identificar a reduz da luz solar não importando onde você estiver.
Agora vamos fazer uma coisa. Vamos pegar esse instrumento, acoplar numa nave e mandar ele para anos-luz de distância do nosso Sistema Solar. Se estivermos na posição correta, alinhados com o Sol e com a Terra, nós poderemos ver o nosso pequeno planeta cruzando o disco do Sol.
Com uma grande dedicação e com o instrumento correto será possível medir a queda de brilho do Sol, devido ao fato da Terra passar na sua frente.
Vamos levar isso ao extremo. Estamos a uma distância que nós não podemos ver a Terra passando na frente do Sol. Será que mesmo assim seria possível medir a queda de brilho? Na verdade, medir a queda de brilho de uma estrela é muito mais fácil do que procurar por um pequeno planeta passando na frente da estrela, então com o equipamento correto seria sim possível fazer essa medição.
Agora imagine se fizéssemos isso com uma grande frequência, praticamente o tempo todo. Bem, nós fazemos. Na verdade a caça que é feita por essa pequena queda na luz de uma estrela devido à passagem de um planeta é a principal maneira que temos de detectar exoplanetas. Os astrônomos porém, dão outro nome para essa técnica, não a chamam de eclipse, mas sim de trânsito.
Esse método já permitiu que pudéssemos descobrir exoplanetas pequenos e grandes orbitando estrelas de todos os tamanhos e idades. Mais de 4000 exoplanetas foram descobertos dessa maneira. Ainda não encontramos nenhum exoplaneta exatamente igual a Terra, mas estamos chegando perto, e cada novo planeta descoberto é um passo a mais que damos nessa direção.
O método do trânsito não é perfeito, lógico, ele é baseado no alinhamento perfeito entre a estrela, o exoplaneta e nós. Se um planeta orbita a estrela perpendicularmente à nossa linha de visão, não vamos conseguir detectá-lo. Porém, devido a imensidão do universo, existem milhares e milhares de planetas que passam na frente da estrela e que estamos alinhados.
Quando estiver apreciando o eclipse, imagine como seria se um observador a anos-luz de distância pudesse ver o eclipse ao mesmo tempo.
Fonte:
https://www.space.com/37836-eclipses-help-uncover-alien-worlds.html