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22 de dezembro de 2024

Como Identificar Uma Lua Ao Redor de Um Exoplaneta


À medida que os pesquisadores se aproximam de encontrar um exoplaneta parecido com a Terra, alguns cientistas estão começando a pensar como identificar corpos fora do Sistema Solar ainda menores, como exoluas.

A grande parte das sondas atuais, como o telescópio espacial Kepler da NASA, estão confinados na observação indireta de exoplanetas, inferindo sua presença a partir da pequena diminuição na luz da estrela quando o planeta cruza a sua frente, o chamado trânsito. Mas futuras missões serão capazes de identificar diretamente esses exoplanetas orbitando suas estrelas, talvez produzindo imagens que irão lembrar muito a famosa imagem do pálido ponto azul feita pela sonda Voyager 1 que registrou a Terra já distante em sua viagem.

Como projetos paralelos, o estudante de astronomia Tyler Robinson da Universidade de Washington está pensando se uma próxima geração de telescópios espaciais conseguiriam registrar luas ao redor desses exoplanetas.

Se os astrônomos estavam procurando estiverem procurando por um sistema como a Terra-Lua longínquos em comprimentos de onda relativamente longos do infravermelho, como mostrado acima numa imagem simulada em 10 mícron, eles poderiam sim ver a luz vindo de ambos os corpos.

Mas em comprimentos de onda ligeiramente menores, por exemplo, 4.3 mícron, onde o dióxido de carbono absorve de maneira forte a Luz, a Terra, na imagem simulada acima, que tem uma atmosfera rica em dióxido de carbono, desapareceria enquanto que a lua que não tem atmosfera continuaria brilhando.

“Nesse comprimento de onda, nossa pequena lua (se comparada com a Terra) teria um brilho superior ao da Terra”, escreveu Robinson, que apresentou suas ideias e descobertas no dia 6 de Dezembro na conferência da União Geofísica Americana.

Mas por que os pesquisadores deveriam se preocupar se um exoplaneta possui uma lua? Bem, a Lua tem feito muito por nosso planeta, estabilizou o eixo de rotação, criou as marés oceânicas, diminuiu a rotação da Terra, o que fez com que a atmosfera ficasse menos turbulenta. Todos esses fatores combinados ajudaram para o desenvolvimento da vida no nosso planeta.

Assim sendo, não poderemos falar que um exoplaneta é parecido com a Terra até que possamos encontrar uma lua orbitando esse exoplaneta.

Fonte:

http://www.wired.com/wiredscience/2011/12/how-to-exomoon/



Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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