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Como Ganimedes Sofreu com o Calor dos Impactos no Início do Sistema Solar

A maior lua do sistema solar, Ganimedes, foi golpeada duas vezes mais por cometas do que seu vizinho, o satélite Calisto, de acordo com um novo estudo publicado na edição da Nature Geoscience que explica a diferença entre os dois satélites.

As duas luas de Júpiter sentiram a grande fúria de milhares de impactos durante uma época conhecida como o Último Bombardeamento Pesado que ocorreu entre 4.1 e 3.8 bilhões de anos atrás. Esse bombardeamento foi estimulado pela migração da maioria dos planetas chamados de gigantes gasosos.

“nosso estudo mostra que Ganimedes  e Calisto registram as impressões digitais da evolução inicial do Sistema Solar, o que é muito empolgante e não esperada”, diz Amy Barr do South-West Research Institute. Com seu colega Dr. Robin Canup, Barr, criou uma simulação que revelou que Ganimedes sofreu duas vezes mais impactos de alta velocidade do que Calisto, simplesmente porque Ganimedes está mais próximo de Júpiter, e a gravidade do planeta gigante é especialista em varrer cometas errantes. Cada vez que um cometa colidia com o satélite era criada uma piscina de gelo derretido através do qual a rocha poderia afundar até o centro – “É como se pedaços de chocolate afundassem até a base de um pote de sorvete derretido”, essa é a analogia de Barr – onde à medida que o tempo passou foi construindo um núcleo rochoso. O calor e a violência dos impactos derreteu o interior de Ganimedes tão completamente que esse se tornou um processo  auto sustentável. Calisto, por outro lado, não sofreu esse derretimento e seu interior continua como um bloco único sem um grande núcleo.

Fontes:

Revista Astronomy Now

http://www.nature.com/ngeo/journal/v3/n3/abs/ngeo746.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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