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Colisão Galáctica Pode Ser Responsável Pela Aparência Contorcida da Via Láctea

A forma contorcida da Via Láctea provavelmente se deve a uma colisão que aconteceu entre ela e uma galáxia menor. Mas qual foi essa galáxia ainda é um mistério.

Essa ideia, os astrônomos tiraram analisando os dados da missão Gaia da ESA, que foi desenvolvida para mapear o movimento de bilhões de estrelas na Via Láctea com uma grande precisão.

Observando o disco da Via Láctea, a Gaia mostrou que ele está contorcido, com uma ponta dele apontando para cima e a outra para baixo. As observações feitas pela sonda mostraram também que essa contorção está se movendo com o tempo e de forma rápida.

A torção da galáxia está mudando tão rápido que a explicação prévia dos cientistas de que isso era causado pelo campo magnético da galáxia ou pela influência da matéria escura, não funciona nesse caso, já que esses efeitos causariam uma mudança lenta. Então, para resolver essa contorção da Via Láctea, só se tem uma solução, uma colisão galáctica.

Os astrônomos mediram a velocidade da torção comparando dados com modelos criados. Com base nos dados de velocidade obtidos, essa torção poderia completar uma rotação completa ao redor do centro da Via Láctea em 600 ou 700 milhões de anos.

Mas a Via Láctea bateu com o que? Isso ainda é um mistério. Uma possível candidata é a galáxia anã Sagittarius, que, de acordo com os cientistas, passou pelo disco da Via Láctea algumas vezes no passado. Além disso, os modelos mostram que a galáxia anã Sagittarius está sendo absorvida pela Via Láctea. Mas os astrônomos precisam de mais estudos para confirmar essa suspeita.

A missão Gaia está operacional por seis anos. Um novo conjunto de dados deve ser lançado no final de 2020 e outro na segunda metade de 2021. Esses novos dados podem ajudar os astrônomos a tentar solucionar esse mistério com relação à forma da nossa galáxia.

Fonte:

https://www.space.com/milky-way-warp-caused-collision-smaller-galaxy.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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