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25 de novembro de 2024

Cientistas da NASA Encontram Evidências de Água Em Meteorito Marciano E Reacendem O debate Sobre A Vida Em Marte

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observatory_150105Uma equipe de cientistas no johnson Space Center da NASA em Houston e do Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena na Califórnia, encontraram evidências de movimento de água no passado, através de um meteorito marciano, revivendo dessa forma o debate na comunidade científica sobre a vida em Marte.

Em 1996, um grupo de cientistas no Johnson, liderado por David McKay, Everett Gibson e Kathie Thomas-Keprta publicou um artigo na revista Science anunciando a descoberta de evidências biogenicas no meteorito chamado de Alan Hills 84001 (ALH84001). Nesse estudo, Gibson e seus colegas focaram nas estruturas profundas no metworito de 13.7 quilogramas conhecido como Yamato 000593 (Y000593). A equipe reportou que recentemente descobriram diferentes estruturas e feições composicionais dentro do meteorito maior Yamato que sugerem que processos biológicos podem ter sido realizados em Marte centenas de milhões de anos atrás.

As descobertas da equipe foram publicadas na edição de Fevereiro da revista Astrobiology. O principal autor, Lauren White, fica baseado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. Os co-autores são Gibson, Thomas-Keprta, Simon Clemett e McKay, todos baseadoa no Johnson. McKay que liderou a equipe que estudou o ALH84001, morreu a um ano atrás.

“Equanto que as missões robóticas em Marte, continuam a iluminar a história do planeta, as únicas amostras de Marte disponíveis para estudos na Terra são os meteoritos marcianos”, disse White. “Na Terra, nós podemos utilizar múltiplas técnicas analíticas para se olhar profundamente os meteoritos e assim trazer uma luz sobre a história de Marte. Essas amostras oferecem pistas sobre a habitabilidade no passado de Marte. Quanto mais meteoritos marcianos são descobertos, a pesquisa continua se focando nessas amostras que coletivamente fornecerão ideias mais profundas sobre os atributos que constituiam o antigo planeta Marte. Além disso, à medida que esses estudos de meteoritos são comparados às observações atuais feitas pelas sondas robóticas em Marte, os mistérios do passado úmido domplaneta Marte será certamente revelado”.

As análises descobriram que a rocha se formou a aproximadament 1.3 bilhões de anos atrás a partir de um fluxo de lava em Marte. Por vo, ta de 12 milhões de anos atrá, ocorreu um impacto em Marte que ejetou o meteorito de sua superfície. O meteorito viajou pelo espaço até cair na Antártica a cerca de 50000 anos atrás.

A rocha foi descoberta na Geleira Yamato na Antártica pela Expedição de Pesquisa Antártica Japonesa em 2000. O meteorito foi classificado como naklito, um subgrupo de metworitos marcianos. O material meteorítico marciano é distinguido de outros meteoritos e de outros materiais da Terra e da Lua pela composição dos átomos de oxigênio dentro dos minerais silicatos e armazenados nos gases atmosféricos marciano.

A equipe descobriu dois conjuntos distintos de feições associadas com a argila derivada de Marte. Eles descobriram feições de túneis e micro túneis que criaram camknhos através da amostra Yamato 000593. Os micro túneis observados se apresentaram de forma curva e ondulada, consistente com as texturas de bioalteração observadas em vidris basálticos terrestres, anteriormente reportados por pesquisadores que estudaram as interações das bactérias com o material basáltico na Terra.

O segundo conjunto de feições consiste de esférulas de tamanho nanométrico a micrométrico que estão espremidas entre camadas dentro da rocha e são distintas dos carbonatos e das camadas de silicato adjacentes. Feições esféricas similares foram observadas anteriormente no meteorito Marciano Nakhla que caiu em 1911 no Egito. Medidas da composição das esférulas do Y000593,mostram que elas são enriquecidas significantemente em carbono se comparadas com as camadas ao seu redor.

Uma impressionante observação é que esses dois conjuntos de feições no Y000593, recuperado na Antártcia depois de de 50000 anos de residência ali, são similares às feições encontradas no Nakhla, um meteorito coletado logo depois de ter caído na Terra.

Os autores notaram que eles não podem excluir a possibilidade de regiões ricas em carbono em ambosos conjuntosde feições que podem ser resultado de mecanismos abióticos: contudo, similaridades composicionais a feições encontradasem amostras terrestres, que foraminterpretadas como biogênicas, implicam na intrigante possibilidade que as feições marcianas foramformadas por atividade biótica.

“As feições únicas encontradas dentro do meteorito marciano Yamato 000593 são evidências de alterações aquosas como vistas em minerais de argila e a presença de matéria carbonácea associada com as fases de argila mostram que Marte foi um corpo celeste muito ativono passado”, disse Gibson. “O planeta está revelando a presença de um reservatório de água ativo que pode ter uma significante quantidade de carbono”.

“A natureza e a distribuição do carbono marciano é um dos maiores objetivos do Mars Exploration Program. Como nós temos observado grandes indícios de carbono emalguns meteoritos marcianos, nós não podemos subvalorizar a importância de termos amostras disponíveis de Marte para serem estudadas em laboratórios na Terra. Além disso, o tamanho pequeno das feições carbonáceas dentro do meteorito Yamato 000593 apresentam um grande desafio para qualquer análise remota que se tente fazer em Marte”, adicionou Gibson.

“Isso não é algo definitivo”, disse White do JPL. “Nós nunca podemos eliminar a possibilidade de uma contaminação em qualquer meteorito. Mas essas feições são muito interessantes de qualquer forma e mostram que estudos futuros desses meteoritos devem continuar”.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/m/news/news.php?release=2014-065#.UxNDVWi5fMJ

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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