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21 de dezembro de 2024

Chandra Revela Origem de Explosões Cósmicas

Essa imagem composta da M31, também conhecida como Galáxia de Andrômeda, mostra dados de raios-X do Observatório de Raios-X Chandra da NASA em dourado, dados ópticos do Digitized Sky Survey em azul e dados de infravermelho do Telescópio Espacial Spitzer em vermelho. Os dados do Chandra cobrem somente a região central da M31, mostrada em destaque.

Novos resultados mostram que a imagem do Chandra seria 40 vezes mais brilhante do que a observada se a supernova do Tipo Ia localizada no bulbo da galáxia fosse alimentada por material de uma estrela normal transformando-se em uma estrela anã branca. Isso implica que a imagem do Chandra mostra que a fusão entre duas estrelas anãs brancas é o principal combustível para a supernova do Tipo Ia. Resultados similares a esse foram encontrados em outras cinco galáxias elípticas.

Essa descoberta representa o maior avanço no entendimento da origem das explosões de supernovas do Tipo Ia, objetos esses que são utilizados como marcadores para medir a aceleração de expansão do universo e para auxiliar no estudo da matéria escura. A maioria dos cientistas concorda que a supernova do Tipo Ia ocorre quando uma estrela do tipo anã branca – o remanescente colapsado de uma estrela velha – excede seu limite de peso, torna-se instável e explode. Contudo, existe uma incerteza sobre o que pressiona a anã branca contra seus limites, a própria acresção da estrela ou uma fusão com outras estrelas.

Uma supernova do Tipo Ia causada pela acresção de material produz uma emissão significante na banda de raios-X do espectro antes da sua explosão. Uma supernova originada da fusão de estrelas anãs brancas, por outro lado, produz uma menor emissão. Os cientistas usam a diferença para decidir entre esses dois cenários examinando os novos dados do Chandra.

Um terceiro, e menos provável cenário, é que a explosão da supernova seja disparada antes da anã branca atingir seu limite. Neste caso a emissão de raios-X detectável poderia ser muito menor do que aquela ocorrida no cenário de acresção. Contudo, simulações dessas explosões não mostram estar de acordo com as propriedades observadas das supernovas do Tipo Ia.

Fonte:

http://chandra.harvard.edu/photo/2010/type1a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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