O céu nem sempre é o que parece. Era final de tarde em um dia frio de meados de Março de 2013 na vila de Bildeston, em Suffolk, na Inglaterra. Certamente as sólidas nuvens do tipo congestus perto do horizonte estão lançando sua sombra no banco de nuvens mais alto e mais brilhante, não estão? Não. A câmera estava virada na direção oposta, quase em direção ao Sol, que estava à direita e fora do campo de visão da imagem acima. E como os raios de Sol quase nunca brilham para cima, o que estava acontecendo?
As densas nuvens do tipo congestus podem se elevar até 6 km. Aqui elas estão lançando suas sombras para baixo na nuvem fina e translúcida, possivelmente uma nuvem do tipo altocumulus stratiformis, em altitudes mais baixas e mais próximas da câmera. Um truque de perspectiva faz com que a nuvem mais próxima e mais baixa, juntamente com a sombra, nela projetada, apareça mais alta no céu. Nós podemos observar a sombra do outro lado da nuvem, como se estivéssemos olhando na parte de trás da tela de cinema.
As sombras são de fato tridimensionais. Aqui nessa visão de ângulo mais amplo nós podemos observar as sombras na parte esquerda como sombras difusas cruzando (novamente para baixo) o ar nebuloso. Essas sombras são tubos tridimensionais de ar escuro.
A nuvem do tipo stratus mais próxima é muito brilhante, pois ela é fina e as pequenas gotículas difratam a luz do Sol com pouco desvio em sua maioria em direção à câmera. As bordas finas das distantes nuvens do tipo cúmulos fazem o mesmo para formar o revestimento prateado similar. Há um toque colorido também, uma nuvem de iridescência, pois a difração é dependente do comprimento de onda.
Fonte:
http://epod.usra.edu/blog/2013/04/deceptive-skies.html