A paisagem esburacada e gelada flutua abaixo da sonda Cassini da NASA nas novas imagens feitas da lua Dione de Saturno, obtidas durante a última aproximação que a sonda fez desse pequeno mundo congelado. Duas das novas imagens mostram a superfície de Dione na melhor resolução já obtida até o momento.
A Cassini passou a 474 quilômetros acima da superfície de Dione às 15:33, hora de Brasília, no dia 17 de Agosto. Esse foi o quinto encontro próximo com Dione durante a longa turnê da Cassini em Saturno. O encontro mais próximo da sonda com Dione aconteceu em Dezembro de 2011, quando ela passou a uma distância de 100 quilômetros do satélite.
“Estou emocionada, como eu sei que todo mundo está olhando para essas imagens requintadas da superfície e da fase crescente de Dione, e sabendo que elas são as últimas que nós veremos desse mundo por muito tempo”, disse Carolyn Porco, líder da equipe de imageamento da Cassini, no Space Science Institute, em Boulder, no Colorado. “Agora, no final, a Cassini nos entregou um conjunto extraordinário de imagens. Temos muita sorte mesmo”.
O principal foco científico desse sobrevoo foi entender a gravidade de Dione, e não fazer imagens. Isso fez com que a captura de imagens fosse algo complicado, já que a câmera da Cassini não estava controlando onde a sonda estava apontando.
“Nós tivemos tempo suficiente para registrar algumas imagens, nos dando uma visão excelente e de alta resolução da superfície de Dione”, disse Tilmann Denk, um cientista participante da Cassini, na Universidade Freie, em Berlin. “Nós fomos capazes de fazer uso da luz do Sol refletida por Saturno, como uma fonte de luz adicional, que revelou detalhes nas sombras de algumas imagens”.
Os cientistas da Cassini estudarão os dados do Gravity Science Experiment e do Magnetosphere and Plasma Science Instruments, nos próximos meses atrás de pistas sobre a estrutura interna de Dione e os processos que afetam a sua superfície.
Restam pouco sobrevoos da Cassini sobre as grandes e congeladas luas de Saturno. A sonda está programada para fazer três aproximações na lua geologicamente ativa Encélado em 14 e 28 de Outubro de 2015, e em 19 de Dezembro de 2015. Durante o sobrevoo de 28 de Outubro de 2015, a Cassini passará a somente 49 quilômetros da superfície do satélite. A Cassini fará um mergulho profundo nas plumas de spray congelado nesse momento, coletando dados valiosos sobre o que está acontecendo abaixo da superfície. O encontro de Dezembro de 2015 com Encélado, o último da Cassini, fará com que ela passe a 4999 quilômetros do satélite.
Após Dezembro, e até a conclusão da missão no final de 2017, existem poucos sobrevoos distantes planejados para as grandes luas congeladas de Saturno fazendo com ela passe a menos de 50000 quilômetros dos satélites. A Cassini, fará, contudo, duas dezenas de passagens pelas luas pequenas e irregulares de Saturno – incluindo, Dáfines, Telesto, Epimeteus e Aegaeon – em distâncias similares durante esse momento. Essas passagens farão com que a Cassini obtenha as melhores imagens dessas pequenas luas.
Durante o ano final da missão, chamada de Grand Finale, a Cassini irá mergulhar repetidamente pelo espaço existente entre Saturno e seus anéis.
A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA, ESA e da Agência Espacial Italiana. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, gerencia a missão para o Science Mission Directorate da agência em Washington. O JPL, é uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. O centro de operações de imageamento da Cassini fica baseado no Space Science Institute em Boulder, no Colorado.
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Fonte:
http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4695