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16 de novembro de 2024

Câmera Que Salvou o Hubble Faz Turnê de Sucesso

A histórica Wide Field and Planetary Camera 2, desenvolvida e construída pelo Laboratório de Propulsão a Jato para o Telescópio Espacial Hubble da NASA, deixou o JPL na manhã da última quarta-feira dia 13 de Outubro de 2010. Conhecida informalmente como “A Câmera que Salvou o Hubble”, a câmera que tem o tamanho de um piano deixou o seu ninho no Smithsonian Air and Space Museum em Washington para uma turnê.

Durante sua estadia no JPL, a histórica câmera foi uma atração popular para os grupos de escolas e para visitantes em geral, incluindo as milhares de pessoas que participaram do Open House anual do JPL acontecido em Maio de 2010.

A próxima parada da câmera será o Denver Museum of Nature and Science no Colorado e então depois disso ela retornará para o Smithsonian Air and Space Museum em Washington, onde ficará em exposição permanente. A Wide Field and Planetary Camera 2 foi a câmera acoplada ao Hubble em Dezembro de 1993 e tinha como principal objetivo corrigir os problemas de imagens criados pela falha no espelho primário. Durante sua jornada a bordo do Hubble a câmera produziu muitas das mais impressionantes imagens do céu profundo já geradas pelo Hubble. Sua alta resolução de imagem e a sua alta qualidade são as razões pelas quais a câmera se tornou o instrumento mais requisitado do telescópio durante a sua vida operacional. Passando 15 anos a bordo do Hubble, a Wide Field and Planetary Cmaera 2 foi o instrumento que por mais longo tempo prestou serviço ao telescópio espacial. Astronautas durante um passeio espacial substituíram a câmera durante a missão final de serviço do Hubble acontecida em Maio de 2009.

Aqui uma pequena galeria com as principais imagens feitas pela WFPC-02.

A Nebulosa do Anel. A imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA mostra a mais famosa de todas as nebulosas planetárias: a Nebulosa do Anel (M57). Nesta imagem feita em Outubro de 1998 pela WFPC-2, o telescópio observou o gás se movendo em alta velocidade a partir da estrela morta há milhares de anos atrás.

Aglomerado Estelar NGC 2074. Usando a WFPC-2 o Hubble espiou uma pequena porção da nebulosa próxima ao aglomerado estelar NGC 2074 (no canto superior esquerdo). A região é uma fábrica de novas estrelas, talvez iniciada por uma explosão de supernova ocorrida próximo.

Luz e sombra na Nebulosa da Carina. Detalhes anteriormente não observados de uma misteriosa e complexa estrutura dentro da Nebulosa da Carina foram revelados nesta imagem da Nebulosa Keyhole, obtida pela WFPC-2 do Telescópio Espacial Hubble.

A Nebulosa do Caranguejo. Essa imagem da Nebulosa do Caranguejo feita pela WFPC-2 do Telescópio Espacial Hubble mostra a remanescente em expansão com seis anos-luz de largura de uma explosão de supernova.

Um padrão de ampulheta ao redor de uma estrela moribunda. Essa é uma imagem do MyCn18, uma jovem nebulosa planetária localizada a aproximadamente 8000 anos-luz de distância. A imagem feita com a WFPC-2 do Hubble revela a verdadeira forma da MyCn18 como sendo uma ampulheta com um intrigante padrão de entalhe nas paredes.

A Nebulosa da formiga. Quando observada de telescópios baseados na Terra, a então chamada Nebulosa da Formiga (Menzel 3, ou Mz 3) lembra a cabeça e o tórax de uma formiga. Essa imagem do Hubble feita com a WFPC-2 revela o corpo da formiga como um par de lobos produzidos por uma estrela parecida com o SOl que está morrendo.

A Galáxia do Redemoinho. A Galáxia do Redemoinho ou M51 é uma das galáxias mais fotogênicas tanto para os astrônomos amadores como para os astrônomos profissionais. Facilmente fotografada e observada por telescópios pequenos essa beleza celeste é extensivamente estudada em todos os comprimentos de onda por diversos telescópios.

Casulo de Gás ao redor de uma estrela moribunda. Uma das nebulosas planetárias mais complexas já observadas, a NGC 6543 é apelidada de Nebulosa do Olho de Gato. A imagem foi feita pela WFPC-2 do Hubble e revela estruturas surpreendentemente intrigantes, incluindo conchas de gás concêntricas, jatos de gás em alta velocidade e nós de gás invulgares induzidos por choque.

A estrela condenada Eta Carinae. Imenso par de gás e nuvens de poeira foi registrado nessa impressionante imagem do Hubble da NASA da estrela supermassiva Eta Carinae. Essa estrela foi o local de uma gigante explosão há 150 anos atrás, quando ela se tornou a estrela mais brilhante do céu no hemisfério sul.

O Campo Profundo do Hubble. Algumas centenas de galáxias nunca antes observadas são visíveis nesta que é considerada a imagem mais profunda do universo, chamada de Campo Profundo do Hubble. A imagem foi feita com 342 exposições separadas com a WFPC-2 por dez dias consecutivos em Dezembro de 1995.

Os Pilares da Criação na Nebulosa da Águia. Esses pilares negros são na verdade colunas de gás hidrogênio interestelar frio e poeira que são também incubadoras de novas estrelas. Os pilares são parte da Nebulosa da Águia. A foto foi feita em 1 de Abril de 1995 pela WFPC-2 do Hubble.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2010-335#1

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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