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15 de novembro de 2024

Camadas do Pólo Norte Marciano

Os depósitos de camadas do pólo norte marciano, são constituídos de camadas de gelo empoeirado com mais de 2 milhas de espessura e com aproximadamente 620 milhas de diâmetro. Nós podemos ver as camadas expostas nas paredes dos vales e de escarpas que são cortadas pelos depósitos, como esse vale observado na imagem aqui reproduzida.

A região brilhante no topo da imagem é a superfície achatada através da parede, ela é mais alta do que o terreno ao redor. A parede expõe essas camadas que têm um relevo vertical de aproximadamente 1970 pés.

Acredita-se que os depósitos de camadas do pólo norte provavelmente se formaram recentemente, ou seja, milhões de anos atrás, à medida que a variação rítmica da órbita de Marte mudava a distribuição de gelo de água ao redor do planeta. À medida que o gelo se movia para e a partir da região polar em resposta as mudanças climáticas, as camadas de gelo e poeira foram sendo construídas nos pólos. Estudando a história desses depósitos, esperamos entender como o clima em Marte se alterou, do mesmo modo que os cientistas estudam as camadas de gelo na Terra nos pólos norte e sul para entender as alterações climáticas.

Três coisas são imediatamente aparentes sobre as camadas expostas nessa imagem. Primeiro, camadas individuais possuem diferentes texturas superficiais, que alguns cientistas acreditam poderia refletir mudanças nas propriedades físicas como o conteúdo de poeira ou o tamanho dos grãos de gelo, das camadas. Segundo, existem algumas discordâncias ou lugares onde uma camada é interrompida e coberta por outra camada. Essas discordâncias existem devido a períodos onde as camadas foram erodidas ou removidas, seguido de períodos quando novas camadas foram depositadas. Mapeando a localização das discordâncias pode nos dizer como o depósitos formou e cresceu com o tempo, e também nos informar onde as grandes mudanças climáticas ocorreram. Finalmente, as listras brancas e pretas, existem devido aos recentes ventos que estão soprando na superfície congelada ao redor, e pode nos dar informações sobre os padrões de ventos que ocorrem no clima polar.

Essa imagem foi feita pela câmera HiRISE a bordo da sonda Mars Reconnaisance Orbiter. A HiRISE é a mais poderosa câmera desse tipo que já visitou outro planeta. Sua alta resolução nos permite ver Marte como nunca foi visto antes e poderia ajudar outras missões para, por exemplo, escolher pontos seguros para futuras missões que queiram pousar no planeta.

Fonte:

http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_1731.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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