Quando o Sol está incidindo bem acima do Mar da Tranqüilidade na Lua um buraco localizado na sua superfície é bem iluminado. Quando o ângulo de incidência do Sol é de 26.5 graus e a sombra tem 55 metros os cientistas podem então estimar a profundidade desse buraco com mais de 100 metros. Essa estimativa é feita desde a borda da sombra, até a margem do buraco. quando a medida é feita no nível da planície que o envolve, a profundidade estimada é um pouco maior.
Outro buraco na Lua pode ser observado no Mare Ingenii, que de acordo com a posição do Sol sofre diferentes iluminações e assim apresenta diferentes feições. As medidas feitas através das sombras geradas indicam que o buraco tem em torno de 70 metros de profundidade e uma largura de aproximadamente 120 metros. O ângulo de incidência do Sol, a direção, e elevação se juntam para iluminar de forma perfeita as camadas naturais de basalto. Cada camada corresponde a um evento de derramamento de lava ali ocorrido. Se tivessem a chance de escalar essa escada geológica os geólogos astronautas poderiam construir um retrato do passado da Lua através de amostras ali coletadas.
Outro exemplo de como a iluminação altera as coisas, é mostrada nessa outra imagem da LROC feita do buraco em Marius Hills que foi fotografada com três iluminações distintas. A imagem do centro tem uma incidência do Sol com um ângulo de 25 gruas que ilumina aproximadamente três quartos do terreno. O buraco em Marius tem aproximadamente 34 metros de profundidade e 65 por 95 metros de largura. Quando buracos como esses são registrados algumas questões surgem quase que imediatamente. Será que esses buracos fornecem algum acesso a tubos de lavas ainda abertos e não colapsados? O que se poderia aprender se fosse possível visitar e explorar um ou todas essas feições? Imagine entrar em um tubo de lava preservado, sem ser alterado por mais de 3 bilhões de anos – um geólogo pode pensar que isso seria o paraíso – uma chance de viajar no tempo para ver como uma lava se parece em sua origem. Quais tipos de minerais raros poderiam existir nessas feições escondidas, se é que eles existem? Seria possível enviar uma sonda robô dentro desses buracos? E quanto aos seres humanos, seria possível que um astronauta explorasse esses buracos? Como seria essa exploração?
É possível pesquisar as regiões próximas desses buracos por meio das centenas de milhares de imagens registradas pela LROC e assim buscar por pistas que ajudam a determinar se um sistema de tubos de lava ainda existem abaixo da superfície.
Fonte:
http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/281-New-Views-of-Lunar-Pits.html