Nesses últimos dias tenho postado vários desenhos feitos por astrônomos do mundo inteiro e que retratam as mais diversas feições da Lua, a fonte desses desenhos é o excelente site Astronomical Sketch of the Day, algo como o Desenho Astronômico do Dia. Hoje, por coincidência, o post publicado no site LPOD, também é um belo desenho da Lua, ou melhor de parte dela, e tenho o prazer de compartilhar aqui com vocês. O mais interessante é que o post do site LPOD é a história contada pela astrônoma amadora Erika Rix, do Texas. Ela começa contando que na noite em que fez o desenho, no dia 4 de Setembro de 2012, entre 00:30 e 4:15 da madrugada, hora de Brasília, sua campanha de observação começou com uma caçada pelos chamados objetos do céu profundo, ou do inglês Deep Sky Objects (DSO). Essa caçada durou até onde a luz da Lua permitiu, já que na medida em que a Lua nascia no horizonte, sua luz varria o céu apagando as estrelas, nebulosas e galáxias mais distantes. Ela começou a noite de desenho reproduzindo o M12, mas logo que a Lua nasceu ela abandonou esse objeto e partiu para o desenho do nosso satélite. Ao observar a Lua ela pôde ver que o Mare Crisium parecia estar um pouco fora da Lua. Na verdade ele estava além do terminador da Lua. Nessas condições as montanhas, vales e picos dessa região se tornam bem destacadas e incrivelmente fáceis de serem observadas e desenhadas. Erika conta que o truque nesse caso é ter um lápis muito bem apontado e afiado para poder desenhar os detalhes. Ela então descreve no post como se deu, digamos o processo criativo dela no momento de desenhar essa porção da Lua. Ela começou com a linha da cadeia interna ao longo do terminador, marcou então cada crista destacada individualmente com um lápis do tipo Conte bem apontado. Então com a maior velocidade que pôde e com a maior precisão que pôde também ela começou a trabalhar na porção oeste da imagem alternando entre o lápis Conte’, o lápis de carvão, o lápis Derwent e lápis de óleo, focando primeiramente no que estava em destaque e então nas sombras seguidas pelo albedo. De particular interesse, o Mare Crisium foi o local de pouso, ou melhor, de queda (embora esse local não estava visível na noite em que essa porção da Lua foi desenhada) da sonda soviética Luna 15 em 1969 e da sonda Luna 24, em 1976, quando amostras do solo lunar foram retornadas para a Terra com sucesso.
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