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22 de novembro de 2024

Balão Telescópio da NASA Mostra Suas Primeiras Imagens

A observação astronômica alcançou novos patamares com o lançamento do Super Pressure Balloon Imaging Telescope (SuperBIT) em 16 de abril de 2023, de Wānaka, na Nova Zelândia. Ao capturar suas primeiras imagens de pesquisa do Tarântula Nebulosa e das Galáxias Antenas, o SuperBIT demonstrou o potencial de uma plataforma de balão para observações astronômicas em um ambiente próximo ao espaço, a 108.000 pés acima da superfície da Terra. Neste post, vamos explorar as vantagens e os objetivos dessa emocionante nova abordagem para a pesquisa astronômica.

A principal vantagem de usar um balão como plataforma para um telescópio é a redução significativa dos custos associados ao lançamento de um grande telescópio em um foguete. Um balão de super pressão pode contornar o globo por até 100 dias, coletando dados científicos ao longo do caminho. Além disso, o balão flutua a uma altitude acima da maior parte da atmosfera terrestre, tornando-o adequado para muitas observações astronômicas.

O telescópio SuperBIT capta imagens de galáxias no espectro de luz visível a ultravioleta próximo, semelhante às capacidades do Telescópio Espacial Hubble. No entanto, ele possui um campo de visão mais amplo, o que lhe permite observar uma área maior do céu. O objetivo principal da missão é mapear a matéria escura ao redor de aglomerados de galáxias, medindo a maneira como esses objetos massivos distorcem o espaço ao seu redor, também conhecido como “lente gravitacional fraca”.

A Tarântula Nebulosa é uma grande região de formação estelar composta por gás hidrogênio ionizado, localizada a 161.000 anos-luz da Terra na Grande Nuvem de Magalhães. Suas nuvens turbulentas de gás e poeira parecem girar entre as estrelas recém-formadas e brilhantes da região. A Tarântula Nebulosa já foi capturada anteriormente pelos telescópios espaciais Hubble e James Webb.

As Galáxias Antenas, catalogadas como NGC 4038 e NGC 4039, são duas grandes galáxias em colisão a 60 milhões de anos-luz de distância, em direção à constelação austral de Corvus. Essas galáxias já foram observadas pelo Telescópio Espacial Hubble, pelo Observatório de Raios-X Chandra e pelo agora aposentado Telescópio Espacial Spitzer. Uma imagem composta das galáxias combina dados obtidos pelos três telescópios.

A equipe do SuperBIT é uma colaboração entre a NASA, a Durham University do Reino Unido, a Universidade de Toronto no Canadá e a Universidade de Princeton em Nova Jersey. Essa parceria internacional reúne especialistas em diversas áreas da pesquisa astronômica, permitindo um trabalho conjunto eficiente e inovador na busca por avanços científicos significativos.

Com o sucesso das primeiras imagens de pesquisa capturadas durante este voo, o SuperBIT tem o potencial de se tornar uma ferramenta valiosa para a pesquisa astronômica. A abordagem baseada em balões pode abrir novos caminhos para observações de alta qualidade a custos mais baixos, em comparação aos telescópios espaciais tradicionais.

Outros projetos de pesquisa podem se inspirar no SuperBIT para explorar ainda mais a utilização de balões como plataformas de observação. O avanço das tecnologias de balão e a possibilidade de estender a duração dos voos podem permitir estudos ainda mais longos e aprofundados do cosmos.

O SuperBIT demonstrou o potencial dos balões como plataformas para a pesquisa astronômica, apresentando uma alternativa econômica aos telescópios espaciais tradicionais. Ao capturar imagens impressionantes do Tarântula Nebulosa e das Galáxias Antenas, este projeto inovador abre novas possibilidades para a exploração do universo. Com colaborações internacionais e avanços tecnológicos contínuos, o futuro da pesquisa astronômica parece mais brilhante do que nunca.

Fonte:

https://blogs.nasa.gov/superpressureballoon/2023/04/20/balloon-borne-superbit-telescope-releases-1st-research-images/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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