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22 de novembro de 2024

Astrônomos Observam Molécula Inesperada Na Atmosfera de Exoplaneta

Astrônomos encontraram assinatura de óxido de alumínio, AlO, no espectro do exoplanetas WASP-43b. Isso é surpreendente, pois o AlO é esperado que se mantenha escondido nas camadas atmosféricas inferiores. Essa é só a segunda vez que os astrônomos observam essa molécula na atmosfera de um exoplaneta.

Se você pensa que planetas como Marte e Júpiter estão longe, o que falar dos exoplanetas. Quando você olha para cima numa noite clara, o exoplanetas mais próximo, o Proxima b, está a 4.2 anos-luz de distância da Terra. Além da distância tem o grande problema dos exoplanetas terem um brilho até 1 bilhão de vezes menor que suas estrelas, então para isso, é preciso técnicas indiretas para se poder estudar esses planetas. Os astrônomos observam a queda na intensidade do brilho da estrela causada pelo movimento do planeta na frente dela, ou usam outras técnicas, como a variação no movimento da estrela. Para examinar a composição da atmosfera de um exoplanetas, os astrônomos usam o seu espectro, um código de barras que é impresso à medida que a luz da estrela passa pela atmosfera do planeta.

Os astrônomos do SRON Netherlands Institute for Space Research, inferiram a presença inesperada de óxido de alumínio, AlO, na atmosfera de um exoplanetas. Eles examinaram o WASP-43b, um planeta do tamanho de Júpiter que orbita a estrela WASP-43 localizada a 284 anos-luz de distância da Terra. O AlO normalmente encontra-se escondido nas profundezas da atmosfera, e é invisível aos instrumentos que detectam o infravermelho a bordo do Telescópio Espacial Hubble. Uma explicação lógica é que os fortes ventos agitam as camadas da atmosfera.

“A presença de AlO na região da atmosfera que se pode analisar é algo muito animador e realmente inesperado”, disse Katy Chubb, primeira autora do estudo. “Essa é só a segunda vez que se tem alguma evidência de AlO na atmosfera de um exoplanetas. E isso atualmente é um mistério, pois não era esperado observar o óxido de alumínio nas temperaturas e nas pressões atmosféricas pesquisadas. Nós só podemos especular algumas razões para isso, como a presença de uma forte turbulência que está pegando gás das profundezas da atmosfera e levando para cima”.

Telescópios da próxima geração como o Telescópio Espacial James Webb e o ARIEL, poderão dar aos astrônomos uma ideia melhor do que está acontecendo em exoplanetas como o WASP-43b. Esses novos instrumentos ajudarão a entender a presença de AlO e aprender mais sobre a dinâmica atmosférica e sobre a formação desses planetas.

Fonte:

https://phys.org/news/2020-06-astronomers-unexpected-molecule-exoplanet-atmosphere.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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