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Astrônomos Identificam 4 Novas Candidatas a Nebulosas Planetárias Em Aglomerados Globulares

Astrônomos do Chile e da Argentina reportaram a detecção de 4 novos candidatos a nebulosas planetárias  residindo em aglomerados globulares galácticos. Se confirmada, a descoberta iria dobrar o número de nebulosas planetárias em aglomerados globulares.

Nebulosas planetárias são conchas de gás e poeira em expansão que foram ejetadas de uma estrela durante o processo de sua evolução da sequência principal se transformando numa gigante vermelha e então numa anã branca. Elas são relativamente raras, mas são importantes para que os astrônomos possam estudar a evolução química das estrelas e das galáxias.

As nebulosas planetárias de aglomerados globulares, ou GCPN, como são conhecidas em inglês, são mais importantes para vários estudos astronômicos. Por exemplo, elas servem como calibradores de distância, e são relevantes para investigar populações estelares mais distantes. Contudo as GCPNs são extremamente raras e só 4 desses objetos foram descobertos até o momento.

Agora, um grupo de astrônomos liderados por Dante Minniti da Andrés Bello National University do Chile, revelou a descoberta de 4 potenciais GCPNs. A descoberta é o resultado de uma pesquisa por nebulosas planetárias em 50 novos aglomerados globulares detectados no bulbo da Via Láctea.

A pesquisa é feita em 3’ do centro desses 50 novos aglomerados globulares, esse raio de busca é arbitrário mas é suficientemente pequeno para minimizar coincidências aleatórias.

Os recém-identificados candidatos a GCPN são, a PN SB 2 localizada no aglomerado globular Minni 06, a PN G5334.9-02.8 no Minni 11, a PN G356.8-03.6 no Minni 28 e a PN Pe 2-11 no Minni 31. Além disso, com base nas medidas de velocidade radial, uma nebulosa planetária designada de PN H 2-14, foi eliminada como candidata a GCPN no aglomerado globular FSR1758.

Observações adicionais precisam ser realizadas para confirmar essas quatro nebulosas planetárias em aglomerados globulares. Os estudos devem focar em obter as velocidades radiais, movimentos próprios precisos e a paralaxe desses objetos para então poder confirmar.

As medidas de paralaxe dessas quatro novas nebulosas planetárias serão feitas usando os dados futuros do satélite Gaia da ESA, o que deve acontecer no final de 2020, bem como com observações de espectroscopia a serem realizadas pelo instrumento 4MOST no telescópio VISTA do ESO.

A confirmação dessas novas 4 GCPN significaria um marco na pesquisa desses objetos, dado que somente 4 foram identificados até o momento, ou seja, iria dobrar o número de GCPNs. Para que você tenha uma ideia do que estamos falando, nos últimos 20 anos nenhuma nova descoberta foi feita nessa área da astronomia, ou seja, são duas décadas sem descobrir uma nova nebulosa planetária em aglomerado globular.

Fonte:

https://phys.org/news/2019-09-astronomers-globular-cluster-planetary-nebulae.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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