O Cinturão de Kuiper, é a região do Sistema Solar situada além da órbita de Neturno, cerca de 40 UA (1 UA – Unidade Astronômica – é a distância média entre a Terra e o Sol). O Cinturão de Kuiper é o local de numeoroso planetas anões, como Plutão, e é também o lar de milhares de remanescentes das fases iniciais da formação de planetas congelados, que podem fornecer um entendimento fundamental, sobre o nosso Sistema Solar no início de sua vida. Para além do Cinturão de Kuiper, está a Nuvem de Oort, uma nuvem esférica de cometas e planetesimais congelados que se estende talvez a cem mil UA. Provavelmente outros sistemas planetários também contêm regiões análogas ao Cinturão de Kuiper, e elas poderiam ajudar a jogar uma luz sobre a evolução e composição do Cinturão de Kuiper do Sistema Solar. Até agora, contudo, os poucos anéis que se tem imageado não são análogos muito confiáveis, eles têm sido vistos ao redor de estrelas próximas, cujo ambiente de nascimento é diferente do complexo estelar massivo onde o Sol, provavelmente foi formado.
A situação recentemente mudou com o advento de uma nova geração de instrumentos de imageamento astronômico, acoplados aos grandes telescópios que usam sistemas de óptica adaptativa para obter imagens com uma alta resolução espacial. O astrônomo Scott Kenyon do CfA e seus colegas usou o novo espectrômetro montado no Telescópio Gemini para estudar uma estrela um pouco maior que o Sol localizada a cerca de 360 anos-luz de distância num complexo relativamente novo de estrelas massivas, uma região aproximadamente parecida com o suposto local de nascimento do Sol. A estrela tem um grande excesso de emissão infravermelha, uma indicação clara que ela abriga um disco de poeira circunstelar que possivelmente está formando um sistema de planetas.
Os astrônomos imagearam o disco, e encontraram que o anel de detritos está confinado a uma estrutura parecida com o Cinturão de Kuiper. Além disso, eles descobriram a partir do espectro da luz refletida que sua poeira tem propriedades consistentes com os maiores constituintes do Cinturão de Kuiper, incluindo gelo de água. O resultado fornece uma referência promissora para se entender a evolução e a composição do Cinturão de Kuiper, e, para se entender também a evolução inicial do Sistema Solar.
Fonte:
https://www.cfa.harvard.edu/news/su201532