A determinação da idade das estrelas tem por muito tempo desafiado os astrônomos. Em experimentos publicados na revista Science (artigo no final do post), pesquisadores na KU Leuven’s Institute for Astronomy, mostram que as estrelas “bebês” podem ser distinguidas das estrelas “adolescentes” medindo as ondas acústicas que elas emitem.
As estrelas frequentemente nascem em aglomerados, como resultado da contração molecuar das nuvens de gás e partículas de poeira. À medida que as estrelas se desenvolvem, da infância até a adolescência, a força gravitacional faz com que elas se contraiam. Elas se tornam menores em tamanho e mais quentes até que a temperatura do núcleo seja suficiente para iniciar o processo de fusão termonuclear. Nesse ponto, a estrela se estabiliza e se torna “adulta”. E ela então permanecerá nessa fase por muito tempo.
Determinar a idade das estrelas jovens é simples, e saber de qual nuvem molecular uma estrela veio nos dá somente uma vaga ideia da sua idade. Mas os pesquisadores têm descoberto uma maneira de determinar a idade das estrelas medindo suas vibrações acústicas usando tecnologia de ultrassom similar àquela usada no campo da medicina.
“Pense como um ultrassom de embriões estelares”, explica o Professor Jaymie Matthews, um coautor do estudo da Universidade de British Columbia. “As estrelas pobem vibrar devido às ondas de som que rebatem em seu interior. Nós detectamos as vibrações de som através do vácuo do espaço através de sutis mudanças no brilho das estrelas. Então nós traduzimos as frequências dessas vibrações em modelos das estruturas dos interiores escondidos dessas estrelas”.
O primeiro autor Konstanze Zwintz, um pesquisador de pós-doutorado na KU Leuven’s Institute for Astronomy, e seus colegas estudaram as vibrações de 34 estrelas com idade abaixo de 10 milhões de anos e com o tamanho entre um e quatro vezes a massa do Sol.
“Nossos dados mostram que as estrelas mais jovens vibram mais lentamente enquanto que as estrelas perto da sua fase adulta vibram mais rapidamente. A massa da estrela tem um impacto maior no seu desenvolvimento: estrelas com massa menor se desenvolvem mais lentamente. Estrelas mais pesadas crescem rapidamente e envelhecem mais rapidamente”, disse o Dr. Zwintz.
Enquanto os físicos teóricos têm postulado antes que as estrelas mais jovens vibram diferentemente das estrelas mais velhas, o estudo de Zwintz é o primeiro a confirmar essas predições usando dados concretos do espaço exterior.
“Nós agora temos um modelo que mede mais precisamente a idade das estrelas jovens”, disse Zwintz. “E nós agora também somos capazes de subdividir as estrelas jovens de acordo com suas várias fases de vida”.
Os pesquisadores estudaram a nebulosa conhecida comumente como Aglomerado da Árvore de Natal. Seus dados foram obtidos do satélite Canadian MOST e do satélite Europeu CoRoT, bem como por instalações na terra como o European Southern Observatory (ESO) no Chile.
Fonte:
http://www.kuleuven.be/english/news/a-young-stars-age-can-be-gleamed-from-nothing-but-sound-waves