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Astrônomos Descobrem Um Anel de Fogo Cósmico Há 11 Bilhões de Anos Atrás

Os astrônomos conseguiram capturar uma imagem de um tipo muito raro de galáxia, descrito como um anel de fogo cósmico, como ele existia a 11 bilhões de anos atrás.

A galáxias, que tinha aproximadamente a massa da Via Láctea, é circular com um buraco no meio, e parece um gigantesco donuts. Sua descoberta é importante pois agita as teorias sobre as formações primordiais de estruturas galácticas e como elas se desenvolveram.

É um objeto muito curioso e que nunca tinha sido observado anteriormente, e para os astrônomos parece algo, estranho e familiar ao mesmo tempo.

A galáxia, chamada de R5519, está localizada a 11 bilhões de anos-luz de distância do Sistema solar. O buraco no seu centro é massivo, com um diâmetro de cerca de 2 bilhões de vezes a distância entre a Terra e o Sol. Só para se ter uma ideia melhor, esse buraco seria 3 milhões de vezes maior do que o diâmetro do buraco negro supermassivo localizado na M87 e famoso por ter sido o primeiro fotografado na história.

Essa galáxia está formando estrelas a uma taxa que é 50 vezes maior que a taxa com a qual a Via Láctea forma suas estrelas. E a maior parte dessa atividade está acontecendo no anel, então esse é um verdadeiro anel de fogo cósmico.

Os astrônomos usaram dados do Observatório Keck além de imagens registradas pelo Telescópio Espacial Hubble para poder identificar essa estrutura pouco comum.

As evidências sugerem que ela é um tipo conhecido como galáxia de anel de colisão, sendo a primeira galáxia desse tipo localizada no que chamamos de universo primordial.

Existem dois tipos de galáxias de anel. As mais comuns se formam por processos internos. As de colisão, se formam, como o nome sugere, a partir de uma imensa e violenta colisão entre duas ou mais galáxias.

No chamado universo local, elas são 1000 vezes mais raras do que as galáxias de colisão de processo interno. Fazer a imagem da R5519, uma galáxia que está a quase 11 bilhões de anos-luz de distância, ou seja, apenas 3 bilhões de anos depois do Big Bang, mostra que esse tipo de galáxia de anel de colisão era bem mais comum no início do universo.

Os astrônomos podem usar os estudos realizados nessa galáxia para entender e aprender quando as galáxias espirais começaram a se desenvolver no universo.

Os astrônomos determinando a densidade de galáxias de anel através do tempo cósmico pode também ajudá-los a determinar como os grupos de galáxias se desenvolveram. Essa descoberta tem implicações importantes sobre como as galáxias parecidas com a Vai Láctea se formaram e se desenvolveram.

A formação de galáxias de anel do tipo de colisão precisa que exista um disco fino, antes que a colisão aconteça. Esse disco fino é um componente importante das galáxias espirais, antes de serem “construídas”, as galáxias estavam num estado desordenado, e ainda não podiam ser reconhecidas como espirais.

No caso desse galáxia de anel, nós estamos vendo um momento, há 11 bilhões de anos, quando os discos finos estavam começando a ser construídos. Por comparação, o disco fino da nossa galáxias começou a se formar somente a nove bilhões de anos atrás. Essa descoberta é um indicativo que a montagem dos discos das galáxias espirais ocorreu durante um período maior do que se pensava.

Fonte:

https://phys.org/news/2020-05-astronomers-cosmic-billion-years.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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