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Astrônomos Descobrem Galáxia Recém-Formada No Universo Atual Com Algoritmo de Machine Learning

Para compreender a evolução das galáxias, os astrônomos precisam examinar amostras que estejam em diferentes fases da formação e evolução. A maior parte das galáxias no universo moderno são galáxias ditas maduras. Porém, a cosmologia padrão prevê que, em qualquer caso, possa haver algumas galáxias que estejam no estágio inicial da formação. Mas essas galáxias são raras e para isso é preciso utilizar alguns dos instrumentos mais modernos da atualidade, por isso, os astrônomos procuraram os dados de imagem de campo amplo feitas com o Telescópio Subaru.

No entanto, não é fácil encontrar galáxias no estágio inicial da sua formação, a partir desses dados, pois essa base de campo amplo do Subaru, possui, nada mais, nada menos que 40 milhões de objetos.

Em um novo estudo, pesquisadores desenvolveram um novo método de machine learning para encontrar essas galáxias nessa vasta quantidade de dados. Os pesquisadores aprenderam a partir de modelos teóricos a cor esperada que essas galáxias deveriam ter e então deixaram o código selecionar somente aquelas galáxias que estão no estágio inicial de formação.

Combinando a grande base de dados do Telescópio Subaru e o poder computacional do código de machine learning, os cientistas descobriram uma galáxia com quantidade extremamente baixa de oxigênio, cerca de 1.6% da quantidade presente no Sol, quebrando assim o recorde anterior para esse tipo de galáxia.

A galáxia recordista é a HSC J1631+4426, que está localizada a cerca de 430 milhões de anos-luz de distância na constelação de Hercules. A baixa abundância de oxigênio nessa galáxia sugere que a maior parte das estrelas nessa galáxia se formaram recentemente. Isso quer dizer que essa galáxia está passando pelos estágios iniciais da evolução galáctica.

A massa estelar dessa galáxia é extremamente baixa também, é de apenas 0.8 milhão de vezes a massa do Sol. Essa massa é equivalente a 1/100000 da massa da Via Láctea, o que é comparável à massa de um aglomerado estelar da Via Láctea. Essa baixa massa também suporta a natureza primordial da galáxia.

Existem dois novos indicativos a partir dessa descoberta. Primeiro, essa é a evidência sobre uma galáxia que está no estágio inicial de evolução galáctica. De acordo com o padrão cosmológico, novas galáxias podem sim se formar no universo recente. A descoberta dessa galáxia é um retrato da cosmologia padrão. Outra coisa, nós estamos testemunhando uma galáxia recém-nascida pelo menos no que diz respeito à história cósmica.

Fonte:

https://www.techexplorist.com/machine-learning-has-discovered-a-galaxy-with-an-extremely-low-oxygen/34214/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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