Na última semana, no dia 11 de Novembro de 2015, uma equipe internacional de astrônomos lançou os resultados de um estudo de 12 anos sobre uma estrela do tipo anã branca, conhecida como SDSS J1228+1040. A equipe usou uma técnica chamada de Tomografia Doppler, similar ao princípio do tomógrafo que escaneia o corpo humano, para mapear em detalhe a estrutura dos gases brilhantes no disco ao redor da anã branca.
Eles agora acreditam que esses gases sejam parte remanescente de um asteroide sendo devorado pela estrela.
Uma anã branca é essencialmente uma estrela morta. Ela é uma estrela pequena e super densa, normalmente do tamanho de um planeta. As anãs brancas se formam quando uma estrela com uma massa de cerca de 1.44 vezes a massa do Sol – ou menos – exauriram seu combustível termonuclear, é esse combustível no interior da estrela que permitem que ela brilhe intensamente. O nosso Sol se tornará uma anã branca daqui a alguns bilhões de anos, e por isso, os astrônomos, dizem que esses resultados nos dão uma visão sobre o futuro distante do nosso Sistema Solar.
É uma pequena pista, mas esses resultados são difíceis de serem obtidos. Somente sete anãs brancas foram descobertas com disco de gás em suas órbitas. Os astrônomos compilaram e analisaram 12 anos de dados obtidos pelo Very Large Telescope do Observatório do Paranal do ESO no Chile, e outros observatórios. Christopher Manser, um estudante de doutorado na Universidade de Warwick, no Reino unido, liderou o estudo, que tem por objetivo responder a pergunta, o que será deixado para trás, quando a estrela central do Sistema Solar se tornar uma anã branca.
A equipe concluiu que eles estão vendo um asteroide que está se aproximando perigosamente da estrela morta e está sendo arrebentado pela imensa força gravitacional existente entre o asteroide e a anã branca. Esse processo faz com que o disco se forme.
A equipe também descobriu que o disco ao redor da SDSS J1228+1040 é um pouco deslocado do centro.
Eles também foram capazes de comparar o disco orbital da anã branca ao anéis do planeta Saturno no nosso Sistema Solar. Contudo eles afirmaram que enquanto a J1228+1040 é mais de sete vezes menor em diâmetro do que o planeta dos anéis, ela tem uma massa mais de 2500 vezes maior. A equipe aprendeu que a distância entre a anã branca e o seu disco é também bem diferente – Saturno e seus anéis poderiam caber confortavelmente no vazio entre eles.
Boris Gänsicke, um coautor do estudo, disse: “Quando nós descobrimos esse disco de detritos orbitando a anã branca em 2006, nós não podíamos imaginar os incríveis detalhes que estão agora visíveis nessa imagem, construída a partir de 12 anos de dados, definitivamente valeu muito a pena esperar por isso”.
Fonte:
http://earthsky.org/space/zombie-star-eats-an-asteroid-sdss-j12281040