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Astrônomos Criam Um Guia Par Procurar Pistas da Vida Em Planetas Na Órbita de Anãs Brancas

A próxima geração de poderosos telescópios terrestres será capaz de caçar sistemas planetários distantes procurando por evidência de vida em exoplanetas parecidos com a Terra, particularmente aqueles que orbitam as anãs brancas.

As propriedades químicas desses mundos distantes poderia indicar que a vida existe ali. Para ajudar futuros cientistas a interpretar os dados que os telescópios irão captar, astrônomos da Universidade de Cornell, resolveram criar um tipo de guia espectral para a detecção de mundos rochosos, orbitando anãs brancas.

A ideia é mostrar como seria a assinatura espectral desses mundos em telescópios terrestres.

Daqui a poucos anos, serão inaugurados pelo mundo afora, grandes telescópios, como o ELT, ou Extremely Large Telescope, que atualmente está em construção no Chile, além do lançamento do James Webb que deve acontecer em algum momento em 2021. E esses novos instrumentos serão armas poderosas na busca por exoplanetas, e principalmente na busca por assinaturas de de vida nesses exoplanetas.

Planetas rochosos orbitando estrelas do tipo anã branca são candidatos interessantes de serem caracterizados pois eles não são muito maiores que planetas a Terra.

A ideia é registrar o planeta cruzando na frente da anã branca. Os astrônomos esperam que com esses novos poderosos telescópios isso seja possível de fazer. Ao observar o trânsito é possível identificar se o planeta tem atmosfera, e se tiver é possível caracterizar essa atmosfera. E esse trabalho de caracterização pode ser facilitado e muito com esse tipo de gabarito, ou de guia espectral.

O guia contém 20 modelos espectrais para diferentes atmosferas em diferentes temperaturas para que se composta criar um template de bioassinaturas.

Claro que não é fácil encontrar planetas orbitando anãs brancas, mas os novos instrumentos terão essa capacidade, e a ideia dos pesquisadores é saber se a luz da anã branca, que o resto do que sobrou de uma estrela parecida com o Sol, pode dar pistas através da sua atmosfera da existência de vida no planeta.

O trabalho indica que os astrônomos devem ser capazes de ver a assinatura espectral das bioassinaturas, como por exemplo, o metano em combinação com o ozônio e o óxido nitroso.

Se for possível encontrar sinais de vida em planetas orbitando uma estrela que já morreu como é o caso de uma anã branca, a próxima questão intrigante é, se, a vida teria sobrevivido à morte de uma estrela como o Sol, ou se a vida teria começado novamente, uma segunda gênese. A metade final da década de 2020 e o início da década de 2030 prometem grandes descobertas!!!

Fonte:

https://news.cornell.edu/stories/2020/04/long-dead-stars-can-yield-clues-life-cosmos

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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