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15 de novembro de 2024

Astrônomos Mapeiam Os Raios Cósmicos Nas Nuvens de Magalhães

Observando duas galáxias vizinhas, a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães, usando o radiotelescópio Murchison Widefield Array na Austrália, os astrônomos detectaram raios cósmicos e gás quente e identificaram regiões onde novas estrelas estão nascendo e remanescente de explosões estelares podem ser encontradas.

Raios cósmicos são partículas energéticas carregadas que interagem com os campos magnéticos para criar a radiação que nós podemos ver com nossos radiotelescópios.

“Esses raios na verdade se originam nas remanescentes de supernovas, ou seja remanescentes de estrelas que explodiram a muito tempo atrás”, disse o Professor Lister Staveley-Smith, um astrofísico no International Centre for Radio Astronomy Research.

“As explosões de supernovas estão relacionadas com o final da vida de estrelas muito mais massivas que o nosso Sol”.

“O número de raios cósmicos que são produzidos depende da taxa da formação dessas estrelas massivas a milhões de anos atrás”.

A Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães são galáxias muito próximas da nossa Via Láctea, localizadas a menos de 200 mil anos-luz, e podem ser vistas no céu noturno a olho nu.

“Essa foi a primeira vez que essas galáxias foram mapeadas em detalhe em frequências de rádio extremamente baixas”, disse o Dr. Bi-Qing For, um astrônomo no Interntional Centre for Radio Astronomy Research.

“Observando as Nuvens de Magalhães nessas frequências bem baixas, entre 76 e 227 MHz, significa que nós podemos estimar o número de novas estrelas que estão se formando nessas galáxias”.

“Nós descobrimos que a taxa de formação de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães é aproximadamente equivalente a uma nova estrela da massa do nosso Sol sendo produzida a cada 10 anos”, disse ela.

“Na Pequena Nuvem de Magalhães, a taxa de formação de estrelas é aproximadamente equivalente à formação de uma nova estrela com a massa do Sol a cada 40 anos”.

Incluindo nas observações estão as massivas regiões de formação de estrelas, a 30 Doradus, conhecida como Nebulosa da Tarântula, e a remanescente de supernova Supernova 1987A, ambas localizadas na Grande Nuvem de Magalhães.

“Nossos resultados mostram uma animadora visão na ciências que é possível de fazer com a próxima geração de radiotelescópios”, disse o Professor Staveley-Smith.

“Isso mostra um indicativo dos resultados que serão vistos com a versão atualizada do Murchison Widefield Array, que agora tem o dobro da resolução anterior”.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/cosmic-ray-maps-magellanic-clouds-06380.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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