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22 de dezembro de 2024

Astrônomos Começam A Melhorar o Sistema De Classificação das Galáxias

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Numa pesquisa recente, cientistas australianos deram um passo crítico na direção de entender por que diferentes tipos de galáxias existem no universo.

A pesquisa, foi possível graças à tecnologia de ponta do Australian Astronomical Observatory, e significa que os astrônomos agora podem classificar as galáxias de acordo com suas propriedades físicas, ao invés de somente usar a interpretação humana baseada na aparência.

Por mais de 200 anos, os telescópios são capazes de observar as galáxias além da nossa, a Via Láctea.

No começo poucas eram visíveis, mas à medida que os telescópios ficaram mais poderosos, mais e mais galáxias foram descobertas, fazendo com que isso fosse crucial para que os astrônomos pudessem agrupar os diferentes tipos de galáxias.

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Em 1926, o famoso astrônomo norte-americano Edwin Hubble, refinou o sistema que classificava as galáxias nas seguintes categorias: espirais, elípticas, lenticulares e irregulares. Esse sistema, conhecido como sequência de Hubble, é até hoje a maneira mais comum de se classificar as galáxias.

Apesar do seu sucesso, o critério no qual o esquema de classificação de Hubble é baseado, é subjetivo, e somente de forma indireta está relacionado com as propriedades físicas das galáxias. Isso tem prejudicado de maneira significante a tentativa de se identificar um caminho evolucionário para os diferentes tipos de galáxias, à medida que elas mudam vagarosamente no decorrer dos bilhões de anos.

O Dr. Luca Cortese, da University of Western Australia, nó do International Centre for Radio Astronomy Research, o ICRAR, disse que as instalações astronômicas de primeira classe, estão agora produzindo pesquisas que consideram centenas de milhares de galáxias ao invés das centenas de galáxias usadas na época do Hubble.

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“Nós realmente precisamos de uma maneira de se classificar as galáxias consistentemente, usando instrumentos que medem as propriedades físicas, ao invés de consumirmos tempo em técnicas subjetivas que envolvem a interpretação humana”, disse ele.

Num estudo liderado pelo Dr. Cortese, uma equipe de astrônomos usou uma técnica conhecida como Integral Field Spectroscopy, para quantificar como o gás e as estrelas se movem dentro das galáxias e assim reinterpretaram a sequência de Hubble como um sistema de classificação bidimensional baseado nas propriedades físicas.

“Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias, nós podemos mapear em grande detalhe a distribuição e a velocidade dos diferentes componentes das galáxias. Então usando essa informação nós somos capazes de determinar o momento angular geral de uma galáxia, que é a principal característica física que afeta como a galáxia se desenvolverá no decorrer de bilhões de anos. De forma impressionante, os tipos de galáxias descritos por Hubble parecem ser determinados por duas propriedades primárias das galáxias, massa e momento angular. Isso nos forneceu uma interpretação física para a bem conhecida sequência de Hubble, removendo a subjetividade e o viés da classificação visual baseada na percepção humana”.

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O novo estudo envolveu 488 galáxias observadas com o Anglo Australian Telescope de 3.9 metros no New South Wales e um instrumento acoplado ao telescópio, chamado de Sydney-AAO Multi-object Integral-field spectrograph, ou SAMI.

O Projeto SAMI, liderado pela University of Sydney e o ARC Centre of Excellence for All-sky Astrophysics, o CAASTRO, tem com objetivo criar uma das primeiras pesquisas em grande escala das galáxias medindo a velocidade e a distribuição do gás e das estrelas das diferentes idades nos milhares de sistemas.

“A Austrália tem muita experiência com esse tipo de astronomia, e realmente está na linha de frente do que está sendo feito”, disse o Professor Warrick Couch, Diretor do Australian Astronomical Observatory e pesquisador parceiro do CAASTRO.

“Para o instrumento SAMI, nós tivemos sucesso colocando 61 fibras ópticas numa distância de menos da metade da largura de um fio de cabelo humano. Esse não é um trabalho pequeno e esse tipo de trabalho sendo possível está atraindo interesse de astrônomos e observatórios de todo o mundo”.

Melhorias futuras do instrumento estão planejadas e permitirão que os astrônomos possam obter mapas ainda mais nítidos das galáxias e entender ainda melhor os processos físicos que deram forma à sequência de Hubble.

“À medida que nos tornarmos melhores em fazer isso e os instrumentos ficarem atualizados, nós devemos ser capazes de observar os gatilhos físicos que fizeram um tipo de galáxia se desenvolver em outro, isso é realmente surpreendente”, disse o Dr. Cortese.

Fonte:

http://astronomynow.com/2016/09/14/astronomers-shed-light-on-different-galaxy-types/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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