Dezenove vasos de planta, uma churrasqueira, brinquedos espalhados pelo chão e a calopsita Passarinha, que presta atenção em tudo. O espaço de 25 metros quadrados no bairro São Lucas parece uma cobertura comum de apartamento. Ali, porém, funciona o observatório astronômico particular do engenheiro civil Ricardo José Vaz Tolentino. Desde 2011, ele concilia o trabalho de diretor da Faculdade de Ciências Empresariais da Universidade Fumec com a selenografia, área da astronomia que estuda a Lua. Do seu ponto de observação, nosso Copérnico já conseguiu fotografar quatro crateras lunares não catalogadas pela União Internacional de Astronomia, associação responsável por esse registro, localizada na França. O feito ganhou repercussão em sites científicos da Austrália e dos Estados Unidos.
Tolentino tem catorze telescópios em casa, avaliados entre 2?000 e 10?000 reais. Quando ele está com seus equipamentos, a mulher, Renata, sabe que é hora de deixá-lo concentrado. Ela e o filho caçula, Rodolfo, de 2 anos, ficam longe. Só o primogênito, Rodrigo, de 6, às vezes tem autorização para acompanhá-lo. As imagens capturadas diariamente são armazenadas no site www.vaztolentino.com.br, que recebe cerca de 65?000 visitas mensais provenientes de cinquenta países. “A observação espacial como hobby é comum no exterior, mas ainda engatinha no Brasil”, diz ele. Com o objetivo de disseminar a atividade por aqui, Tolentino está à frente de um projeto de introdução à astronomia na Fumec. “Quando têm a chance de ver toda a beleza da Lua, as pessoas se apaixonam.”
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