As escarpas em forma de lobos observadas na Lua, são estruturas longas, curvilíneas e que podem também ser encontradas em outros corpos planetários. Elas são interpretadas como sendo de natureza tectônica, o resultado de falhas desenvolvidas nas rochas que por outro lado têm uma natureza estrutural. As falhas, ou também chamadas de fraturas planas, aparecem em diferentes estilos. Elas podem ser falhas normais que se desenvolvem quando um lado da rocha escorrega para um nível mais baixo do que o lado vizinho. Elas podem ser também falhas reversas, que ocorrem quando acontece um comportamento oposto ao observado nas falhas normais. Ao invés de um bloco escorregar para baixo de outro, esse bloco é empurrado, ou comprimido sendo levado para cima do bloco de rocha adjacente. De maneira geral, as falhas normais resultam de extensões locais ou regionais, enquanto que as falhas reversas mostram evidências de compressão.
Assim sendo, que mecanismo produz as escarpas em forma de lobo? Em Mercúrio, esse tipo de escarpa são grandes e globalmente distribuídas, e são interpretadas como sendo o resultado da contração global do planeta. O que poderia fazer um planeta inteiro contrair? Isso seria possível devido ao vagaroso resfriamento do interior do objeto.
Dados da sonda LRO indicam que as escarpas em forma de lobos na Lua são também distribuídas globalmente. Contudo, elas também são pequenas e deformam o regolito localmente. Pelo fato dessas falhas estarem localizadas em um material relativamente não consolidado, elas precisam ser muito jovens, pois o regolito é constantemente agitado por impactos de pequenos asteroides e cometas. Os cientistas têm então interpretado as escarpas observadas na Lua como sendo o resultado do último estágio e não do primeiro estágio do processo de contração global experimentado pela Lua.
Fonte:
http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/452-Lunar-Lobate-Scarp.html