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25 de novembro de 2024

As Diferentes Texturas Geradas Por Material Ejetado na Formação de Crateras da Lua

A imagem acima da Lua nos chama a atenção de cara pela diferença de texturas que podem ser observadas. A parte oeste da imagem é dominada por um terreno montanhoso, com algumas superfícies se projetando devido ao ângulo de incidência dos raios solares no momento da imagem e por reflexões brilhantes, enquanto que o terreno adjacente é mais enrugado, preenchido por sombras mais estreitas. Isso se mostra contrastante com o relativamente plano, suave e acinzentado terreno do Mare Vaporum e da região ao redor de Triesnecker-Hyginus. Uma terceira textura é também visível, uma superfície repleta de estrias ao redor da Ukert, e um pouco menos estriada perto de Godin e Boscovitch. Todos os terrenos, exceto o mar de lavas do Mare Vaporum estão diretamente relacionados com o impacto que formou a grande bacia Imbrium da Lua. Os grandes fragmentos na parte esquerda da foto são resultado da ejeção da formação da bacia que viajaram de forma balística após o impacto e pousaram em aglomerados. Mais distante da bacia o material ejetado parece mais pastoso, suave no topo e também contendo material ejetado de crateras secundárias. Essas fácies pastosas provavelmente eram contínuas, mas o impacto que formou o Mare Vaporum interrompeu sua continuidade, ou existia antes da formação da Imbrium e não foi preenchido com material ejetado, e foi mais tarde inundado com lavas. As planícies claras e suaves, chamadas de Formação Cayley, ao redor das ranhuras são mais baixas do que o terreno ao redor o que indica que provavelmente sofreram subducção após a deposição desse material pastoso, mas antes disso, a formação Cayley era mais fluida. Esse cenário pode ser considerado, mas que precisa ser confirmado a partir de relações geológicas entre as diferentes unidades.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/June+10%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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