Como toda missão espacial que é uma melhoria de uma versão anterior, esperava-se da missão GRAIL que os mapas crustais e gravitacionais da Lua fossem refinados, e foi isso que aconteceu. Mas o que mais anima os pesquisadores e quem está envolvido com missões como essa, são as descobertas inesperadas, as surpresas, e no caso da missão GRAIL a mais única e impressionante descoberta foram as anomalias lineares de gravidade que aparecem mostradas na imagem acima superior em vermelho e que foram derivadas do mapa localizado na parte esquerda inferior da imagem. Os três globos na parte inferior mostram os gradientes de gravidade, mapeando os locais onde a força da gravidade muda rapidamente em uma área geográfica relativamente pequena. As linhas vermelhas são onde a gravidade aumenta rapidamente e as linhas em azul onde ela diminui. Os maiores gradientes ocorrem onde existe uma concentração ou uma deficiência anômala de massa, que ao redor das bordas das bacias. Assim, você pode ver nos mapas da parte inferior da imagem anomalias em vermelho e em azul circulando a Bacia Aitken do Polo Sul, a Orientale, o Mare Imbrium e outras bacias. Todas as outras linhas representam anomalias menores talvez associadas com crateras. Os cientistas da missão GRAIL reconheceram que algumas dessas anomalias de gradiente lineares não estão associadas com a topografia visível e de fato parecem ser cortadas por antigas formações, o melhor exemplo é a anomalia que parecem sendo interrompida pela antiga bacia de impacto Crisium. Por alguma razão somente a anomalia do lado oeste da Crisium é mostrada na imagem superior mas os dois lados são apresentados no globo inferior a esquerda perto do canto esquerdo. Os cientistas propuseram que essas longas anomalias são diques, ou seja, lençóis de magma intrudidos na crosta inferior no começo da história lunar. Diques intrudem quando existe um ambiente de expansão tectônica, e não um compressivo. Assim, a proposta é que originalmente o interior da Lua estava frio mas então foi aquecido causando a expansão do diâmetro da Lua por aproximadamente 10 km. Isso levou a intrusão de diques com centenas de quilômetros de comprimento. Agora, algumas dessas anomalias parecem feições reais, mas outras que não são tão grandes não são identificadas como diques e ainda é um mistério a ser desvendado. Será interessante acompanhar a maturação dessa interpretação. Pode-se imaginar que esses antigos diques alcançaram a superfície e levaram a massivos fluxos de lava, talvez considerados por um vulcanismo pré-mar. Só como um detalhe, seria interessante entender por que a intensidade das cores azul e vermelha das anomalias no globo da esquerda, centrado em 90ºE é tão menor do que o resto da Lua.
Fonte:
http://lpod.wikispaces.com/December+8%2C+2012