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17 de novembro de 2024

Apontando Um Dedo Numa Região de Formação de Estrelas

O Wide-field Infrared Survey Explorer, ou WISE da NASA, capturou essa imagem de uma nuvem de formação de estrelas de gás e poeira localizada na constelação de Monoceros. A nebulosa, normalmente referida como Sh2-284, é relativamente isolada na parte final de um braço espiral externo da Via Láctea. No céu noturno ela está localizada na direção oposta ao centro da Via Láctea.

Talvez, as feições mais interessantes na Sh2-284 são aquelas que os astrônomos chamam de Trombas de Elefantes. As Trombas de Elefantes, são na verdade, monstruosos pilares de gás e poeira densos. O mais famoso exemplar desse tipo de pilar são os Pilares da Criação encontrados em uma imagem da Nebulosa da Águia, feita pelo Telescópio Espacial Hubble. Nessa imagem do WISE, as trombas são vistas como pequenas colunas de gás se esticando na direção do centro do vazio na Sh2-284, como se fossem longos dedos esverdeados com as unhas pintadas em amarelo. A mais notável tromba pode ser vista no lado direito. Ela parece como se fosse uma mão fechada com um dedo apontando na direção do centro do vazio. Essa tromba de elefante tem aproximadamente 7 anos-luz de comprimento.

Nas profundezas da Sh2-284 reside um aglomerado aberto de estrelas, chamado de Dolidze 25, que está emitindo vasta quantidade de radiação em todas as direções juntamente com ventos estelares. Esses ventos estelares e a radiação estão limpando uma caverna dentro do gás e da poeira ao redor, criando o vazio visto no centro da imagem. A brilhante parede verde ao redor da caverna mostra o quanto de gás foi erodido. Contudo, algumas seções da nuvem de gás original eram muito mais densas que outras e elas foram então capazes de resistir ao poder erosivo da radiação e dos ventos estelares. Esses pedaços de gás denso protege o gás mais leve dos ventos deixando para trás as trombas de elefante. Esses pilares podem também ser pensados como estalagmites que surgem nas paredes de cavernas.

A Nebulosa Sh2-284 é classificada como uma região HII, da mesma maneira que a LBN 114.55+00.22 mostrada na imagem abaixo. As regiões HII andam lado a lado de regiões de formação de estrelas e isso realmente acontece no aglomerado central Dolidze 25 recentemente formado. Essas estrelas são jovens, quentes, e brilhantes e possuem idades variando entre 1.5 e 13 milhões de anos – ou seja estão na infância para padrões astronômicos, só por comparação o Sol tem uma idade de 4.6 bilhões de anos.

As cores usadas nessa imagem representam comprimentos de onda específicos da luz infravermelha. Azul e ciano (azul esverdeado) representa a luz emitida nos comprimentos de onda de 3.4 e 4.6 mícron, que são predominantemente emitida pelas estrelas. Verde e vermelho representam a luz de 12 e 22 mícron, respectivamente, que é na sua maioria emitida pela poeira.

Fonte:

http://wise.ssl.berkeley.edu/gallery_LBN211.91-01.37.html

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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