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24 de dezembro de 2024

Antigos Aglomerados Estelares Podem Ter Sido Locais De Nascimento De Estrelas Supermassivas

Uma equipe internacional de astrofísicos pode ter encontrado uma solução para um problema que tem deixado os cientistas perplexos por mais de 50 anos, por que as estrelas nos aglomerados globulares são feitas de material diferente das outras estrelas encontradas na Via Láctea?

Em um estudo publicado pelo Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a equipe liderada pela Universidade de Surrey introduziu um novo ator na equação que pode resolver o problema, uma estrela supermassiva.

A Via Láctea possui mais de 150 antigos aglomerados globulares, cada um deles contendo centenas de milhares de estrelas densamente empacotadas e unidas pela gravidade, essas estrelas são quase tão velhas quanto o universo. Desde a década de 1960, sabe-se que a maior parte das estrelas nesses aglomerados contêm elementos químicos diferentes das outras estrelas na Via Láctea, esses elementos não poderiam ter sido produzidos nas estrelas pois eles requerem temperaturas cerca de 10 vezes maior do que a temperatura das próprias estrelas.

Os cientistas da Universidade de Surrey argumentam que uma estrela supermassiva, com uma massa que é dezenas de milhares de vezes maior que a massa do Sol, formou no mesmo tempo que os aglomerados globulares. Nesse momento, os aglomerados globulares foram então preenchidos com um gás denso além daquele que estava sendo usado na formação das estrelas. À medida que as estrelas coletaram mais e mais desse gás, elas ficaram cada vez mais próximas, até que colidiram fisicamente e formaram uma estrela supermassiva num processo de fuga. A estrela supermassiva seria quente o suficiente para produzir todos os elementos observados e poluir as outras estrelas no aglomerado com esses elementos peculiares observados hoje.

O Professor Mark Gieles o principal autor do estudo, da Universidade de Surrey, disse: “O que é verdadeiramente novo no nosso modelo é que a formação de estrelas supermassivas e dos aglomerados globulares estão intimamente ligadas, e esse novo mecanismo é o primeiro modelo que pode formar material suficiente para poluir o aglomerado, e com a abundância correta de elementos diferentes, o que tem sido um desafio de longa data”.

A equipe propôs várias maneiras de testar esse novo modelo de formação de estrelas supermassivas e de aglomerados globulares, com os telescópios atuais e com os que estão por vir, que podem espiar de maneira profunda nas regiões onde os aglomerados globulares se formaram quando o universo era bem jovem.

O Professor Henny Lamers, co-autor do estudo, da Universidade de Amsterdã, disse: “Já existiram muitas tentativas para resolver esse problema que intriga os astrônomos por décadas e eu acredito que essa é a explicação mais promissora que já foi proposta. Eu estou especialmente orgulhoso desse estudo que é o resultado de uma colaboração entre um grupo dos meus antigos estudantes e colegas que são especialistas em diferentes áreas da astronomia”.

Fonte:

https://www.sciencedaily.com/releases/2018/06/180621101034.htm

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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